segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Cervejarias em Minas Gerais

 

Cervejaria Império anuncia investimento milionário em cidade mineira

Jornal o Tempo

Recursos serão aplicados no Triângulo Mineiro para expandir portfólio de produtos da marca

A cervejaria Cidade Imperial anunciou um investimento de R$ 130 milhões em Frutal, no Triângulo Mineiro. O aporte foi comunicado nesta sexta-feira (1/08) e será revestido na expansão do portfólio de produtos da marca responsável pela cerveja Império, dentre outras bebidas. 



O governador Romeu Zema (Novo) visitou as instalações da unidade da empresa em Frutal. O investimento deverá resultar em 67 empregos diretos. A planta da empresa no Triângulo Mineiro é a segunda da cervejaria, que também produz energético, licor, ice, água mineral e pó de café.

Também na cidade, a Beverage Pack Company S/A confirmou o investimento de R$ 700 milhões – referente à construção da unidade e de outra em Governador Valadares. Especialista na fabricação de latas e tampas de alumínio, a Beverage tem entre seus principais clientes a Cervejaria Cidade Imperial, e ambas empresas têm aportes do mesmo fundo de investimentos.

Saiba mais: Cervejaria anuncia investimento milionário em cidade mineira | O TEMPO 

#pelosatelite #avecesarco

sábado, 26 de julho de 2025

Crise no mercado de cervejas alemão

 


Fábrica de cerveja Oettinger encerra atividades e surpreende “papudinhos”

Da Redação

Movimento é uma consequência direta da redução no consumo de cerveja na Alemanha, dos crescentes custos de produção e das instalações obsoletas.

No cenário da produção de cervejas na Alemanha tem enfrentado desafios consideráveis. A Oettinger-Brauerei, uma das maiores cervejarias do país, anunciou o fechamento de uma de suas instalações em Braunschweig até a primavera de 2026.

O mercado cervejeiro alemão tem sentido os efeitos de uma série de fatores adversos. Nos últimos anos, o consumo nacional de cerveja diminuiu, e esse declínio tem sido especialmente desafiador para cervejarias de pequeno e médio porte.

Este movimento é uma consequência direta da redução no consumo de cerveja no país, dos crescentes custos de produção e das instalações obsoletas. Aproximadamente 150 postos de trabalho serão afetados, mas há planos para realocar esses trabalhadores, dependendo da aprovação do conselho de trabalho.


Os custos de produção têm aumentado consideravelmente, particularmente devido ao aumento de 90% nos preços do malte de cevada e do gás carbônico. Essa elevação nos custos torna a operação das fábricas ainda mais desafiadora, especialmente para aquelas que já enfrentam dificuldades financeiras.

O mercado cervejeiro alemão tem sentido os efeitos de uma série de fatores adversos. Nos últimos anos, o consumo nacional de cerveja diminuiu, e esse declínio tem sido especialmente desafiador para cervejarias de pequeno e médio porte.

A pandemia de COVID-19 e a crise dos preços da energia exacerbam ainda mais esse cenário, impactando severamente as finanças dessas empresas. Dados do Deutscher Brauer-Bund mostram uma redução no número total de cervejarias desde 2020, com 93 estabelecimentos fechando suas portas.

Quais são os principais desafios enfrentados pelas cervejarias?

A redução do consumo de cerveja na Alemanha não é o único obstáculo. Muitas cervejarias enfrentam desafios significativos ao tentar se adaptar às demandas de um mundo que busca a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental.

Isso se traduz em altos investimentos necessários para alcançar a neutralidade climática, especialmente em relação à transição do uso de gás para fontes de energia elétrica mais limpas. Esses investimentos pesados colocam muitas empresas em situações financeiras vulneráveis.

Além disso, a mudança de hábitos nos consumidores, que agora buscam estilos de vida mais saudáveis, e regulamentos mais rígidos sobre o consumo de álcool no trânsito têm prejudicado ainda mais as vendas.

Embora cervejarias como a Oettinger tenham tomado medidas para enfrentar as dificuldades, como o fechamento de locais menos rentáveis, a pressão permanece alta.

Fonte: Fábrica de cerveja encerra atividades e surpreende "papudinhos"

terça-feira, 22 de julho de 2025

Krug Bier German Pils

 Vale a pena ver de novo: Com toque austríaco e prêmio do ‘Paladar’, German Pils da Krug conquista o público brasileiro

Eleita pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ como a melhor pilsen do Brasil, cervejaria nascida em MG investe em sabores tradicionais da Áustria e Alemanha

Com a German Pils eleita pelo caderno Paladar, do jornal O Estado de S. Paulo, como a melhor pilsen do Brasil, a Krug Bier celebra o reconhecimento como mais do que um prêmio: é a confirmação de uma longa aposta no paladar seco e amargo característico das cervejas tradicionais da Alemanha e da Áustria. Trata-se de uma revolução no mundo das pilsens, com a inserção de um amargor equilibrado na alta drinkability do estilo.

“É um sinal de que esse tipo de cerveja que promovemos há tantos anos finalmente está sendo reconhecido aqui no Brasil”, afirmou o CEO e fundador da Krug Bier, Herwig Gangl. Além de ser reconhecida pelo Paladar, a bebida também foi vencedora em outras premiações, como a Brasil Beer Cup 2022, medalha de ouro na categoria Melhor Pilsen do Brasil; e o Concurso Mineiro de Cervejas, também com a medalha de ouro no estilo German-Style Pilsener.

“Quando começamos, em 1997, eu queria lançar essa cerveja, mas todos diziam que era loucura, porque era muito amarga e ninguém iria querer beber.” Na época, Herwig decidiu adaptar a receita, lançando uma versão mais suave, que fez sucesso em Minas Gerais. A German Pils que hoje recebe destaque — e também sua cerveja predileta — teve de esperar mais de duas décadas para conquistar seu espaço.

“Depois de 23 anos, com a mudança no paladar do brasileiro, impulsionada pelo movimento das cervejas artesanais e das cervejas mais amargas, finalmente lançamos a minha cerveja predileta, a German Pils.” A inspiração, segundo ele, vem de casa: “Meu pai foi o primeiro a lançar a German Pils na Áustria, em 1958, e ela rapidamente se tornou a principal cerveja da nossa cervejaria lá”.

Herwig destacou o caráter da conquista como um diferencial por se tratar de um teste às cegas, conduzido por um júri de especialistas renomados — incluindo sommeliers e mestres cervejeiros — e envolvendo grandes marcas. “Gostei muito desse prêmio porque ele não é um concurso comum. É uma avaliação a partir da compra das cervejas nas prateleiras, com julgamento baseado na forma como são vendidas de verdade.” Para ele, esse tipo de reconhecimento traz visibilidade autêntica à marca e fortalece a confiança do público. “Acho que é um reconhecimento genuíno”, completou.


Plano de expansão

Fundada em 1997, a Krug surgiu após uma reviravolta profissional de Herwig Gangl, que chegou a atuar no setor de granito em Minas Gerais antes de retornar ao mundo cervejeiro. “Em uma visita do meu pai ao Brasil, identificamos uma demanda por chope e, junto com os sócios Theo e Rodrigo, fundamos a Krug.”

A cervejaria começou com foco em bares, tendo criado o primeiro brewpub de Minas Gerais, mas logo migrou para a produção industrial. “Começamos no Belvedere, que na época era fora da cidade. Em 2005, mudamos a fábrica para o Jardim Canadá e, em 2009, saímos do ramo de bares para focar na produção.”

Atualmente, a Krug tem capacidade de produção de pouco mais de um milhão de litros por mês e presença consolidada em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Bahia. Apesar do alcance, Herwig reforça a essência local da marca.

Saiba mais em: Com toque austríaco e prêmio do ‘Paladar’, German Pils da Krug conquista o público brasileiro - Estadão

sábado, 19 de julho de 2025

Mercado de Bebidas 2025

O Futuro das Bebidas pós 2025, segundo os CEOs do Setor

por Alexander Puutio, da Forbes Agro

Crescimento, reposicionamento e disputas por espaço indicam uma reconfiguração profunda do mercado global

Você pode levar um homem até a água, mas não pode obrigá-lo a bebê-la, a menos que ela tenha a marca certa, os nutrientes ativos adequados, nootrópicos e, claro, que seja sem glúten, ao que tudo indica.

A indústria de bebidas passou por uma verdadeira revolução na última década, deixando de ser um espaço dominado por gigantes tradicionais como Coca-Cola e Pepsi para se tornar um setor onde novos entrantes estão redesenhando o que os consumidores esperam em termos de sabor e refrescância.

Antes, bastava adicionar essência industrial de cereja a uma bebida ou criar uma versão de pepino gelado para o público japonês para isso ser considerado inovação. Com o passar dos anos, no entanto, cada novo SKU parecia menos uma inovação transformadora de categoria e mais uma obrigação ou artifício de marketing para manter a atenção dos consumidores presa na única esteira disponível no mercado. Hoje, o cenário não poderia ser mais diferente.

Marcas como Liquid Death, Olipop e Poppi trouxeram cor às prateleiras e provaram que os consumidores estão dispostos a experimentar algo diferente das variações tradicionais do refrigerante, criando marcas bilionárias nesse processo. O resultado é um corredor de bebidas quase irreconhecível em comparação com uma década atrás.

Marcas consolidadas agora disputam espaço nas gôndolas com bebidas funcionais, alternativas ao álcool e formulações voltadas ao bem-estar — categorias que não existiam há poucos anos e outras para as quais sequer temos um nome atualmente.

Por que as bebidas não alcoólicas estão dominando as tendências de 2025

Durante anos, o segmento não alcoólico foi visto como secundário — quando não como um incômodo completo — para os bartenders ao redor do mundo.

 Se você não bebia álcool, suas opções no bar se limitavam a água, refrigerante ou algo ainda mais sem graça — uma versão inferior do “produto real”, aquele que tinha coragem de vir com um sinal de porcentagem no rótulo.

 Isso mudou. E mudou muito. Sejam cervejas artesanais sem álcool ou águas gaseificadas com lúpulo, a categoria não apenas chegou como também prospera de forma que muitos não teriam previsto há uma década — época em que ainda debatíamos se as cervejas light iriam ou não vingar.

Jordan Bass, CEO e cofundador da HOPWTR, acompanhou essa evolução de perto e teve papel ativo no crescimento da categoria até o patamar atual. Sua empresa vende água com gás infusionada com lúpulo que reproduz a refrescância da cerveja, mas sem o álcool. “80% dos consumidores querem funcionalidade em suas bebidas do dia a dia, e um número crescente quer o sabor sem se sentir pesado”, explica Bass.

Ele certamente não está errado sobre a direção do mercado. Segundo a Grand View Research, o setor deve crescer a uma taxa composta de 7,4% ao ano até 2030 — perto dos 9,3% projetados para as bebidas alcoólicas.

Tendências das gerações A e Z, como o movimento “sober curious” (curioso pela sobriedade), estão transformando o antigo “Janeiro seco” dos mais velhos em um estilo de vida — com alguns defendendo que estamos próximos de um ponto de virada que levará as bebidas alcoólicas ao mesmo destino do tabaco.

A visão de Bass pode ser influenciada por sua experiência direta, mas o fato de a empresa ter crescido com taxas de três dígitos nos últimos anos indica algo mais profundo. “Isso não é uma moda passageira. As pessoas querem variedade, e querem bebidas que façam algo por elas”, afirma Bass. A ascensão das bebidas não alcoólicas se deve a diversos fatores que ocorrem simultaneamente.

Embora os consumidores mais jovens estejam bebendo menos álcool, ainda valorizam as experiências sociais que as bebidas tradicionais proporcionam. O ritual de segurar um copo, os sabores complexos e a sensação de ocasião continuam essenciais — mesmo sem o álcool. A marca Liquid Death soube capitalizar isso com maestria em seu branding e posicionamento.

Ao mesmo tempo, tendências de bem-estar continuam impulsionando os consumidores em direção a produtos com benefícios funcionais, como adaptógenos, eletrólitos, botânicos e nootrópicos voltados à cognição, saúde intestinal e outros objetivos.

A demanda não é apenas por substitutos aos refrigerantes tradicionais, mas por algo completamente diferente — algo melhor. Os consumidores estão buscando bebidas que promovam foco, relaxamento e bem-estar geral, sem abrir mão do clima e da sofisticação típicos das bebidas alcoólicas.

 “Não estamos vendo as pessoas apenas trocarem cerveja ou coquetéis por alternativas genéricas”, diz Bass. “Elas estão buscando bebidas que se encaixem no seu estilo de vida — seja para relaxar depois de um longo dia, melhorar a hidratação ou oferecer energia sem o efeito rebote.”

Essa mudança criou uma nova categoria de bebidas não alcoólicas, que inclui desde águas gaseificadas com lúpulo até destilados artesanais sem álcool. Também estão surgindo lojas especializadas em bebidas não alcoólicas, como a Minus Moonshine no bairro de Williamsburg, em Nova York.

A força com que essas tendências se impuseram obrigou as marcas tradicionais de bebidas alcoólicas a reverem suas estratégias — muitas já lançam versões sem álcool de cervejas, vinhos e coquetéis para acompanhar as novas preferências. O desafio, nesse cenário, é se destacar em um mercado cada vez mais saturado para as marcas consolidadas e para as que estão começando agora.

“O mercado de bebidas é extremamente competitivo”, diz Bass. “Você não compra espaço na prateleira, você conquista. Todos os dias, é preciso provar que você merece estar ali”, destacando a importância de performance e posicionamento. Bass acredita que o segmento não alcoólico pode representar entre 10% e 20% do mercado total de cerveja num futuro próximo. Seja nos próximos cinco anos ou um pouco mais adiante, a tendência é clara: o movimento da moderação está longe de desacelerar. E com isso vem uma mudança fundamental na forma como as pessoas se relacionam com as bebidas.

O futuro do vinho: inovação, vendas diretas e novos desafios

O crescimento rápido das bebidas não alcoólicas não significa que as categorias tradicionais de álcool estejam desaparecendo. O vinho, em particular, continua sendo uma força cultural e econômica, mas enfrenta desafios específicos — que vão de tarifas à queda na demanda.

Especialistas estimam que o mercado de vinhos teve queda de até 5% em volume em 2024, após um recuo de 3% em 2023. Há expectativa de estabilização, mas a pressão para que o setor se adapte e inove nunca foi tão intensa.

Roger Nabedian, ex-vice-presidente executivo e gerente-geral da E&J Gallo Winery, dedicou décadas à inovação no setor. Atualmente no conselho da DRINKS — fornecedora de soluções de e-commerce para produtores e varejistas de bebidas alcoólicas —, ele vê a indústria evoluindo conforme os comportamentos do consumidor mudam.

“Muita gente diz que é disruptiva, mas poucos realmente são”, afirma Nabedian. Um dos fatores que mais estão transformando o setor vinícola é a distribuição. Modelos de venda direta ao consumidor (DTC) estão ganhando força, especialmente com a perda de relevância dos canais de varejo tradicionais.

O modelo de distribuição em três camadas nos EUA — separando produtores, distribuidores e varejistas — é tradicional, mas apresenta obstáculos, sobretudo para pequenas vinícolas que querem ampliar o alcance. As regulamentações estaduais impõem barreiras, tornando o processo caro e burocrático.

Mesmo que haja demanda, nem sempre é claro como fazer o produto chegar ao cliente. “Se você não tem uma estratégia omnichannel, vai ser atropelado por quem tem”, afirma Zac Brandenberg, CEO da DRINKS.

Inovações tecnológicas também estão modernizando a viticultura. O uso de inteligência artificial (IA), por exemplo, tem possibilitado técnicas de agricultura de precisão que aumentam a eficiência e a sustentabilidade. Tratores autônomos com IA mapeiam vinhedos, processam dados e ajudam na tomada de decisões — reduzindo o consumo de combustível e o impacto ambiental. A tecnologia também está mudando a forma como o vinho é comercializado.

Empresas como a DRINKS usam IA para otimizar o modelo DTC, conectando consumidores a rótulos compatíveis com seus perfis e garantindo conformidade com regulamentações estaduais.

“A IA está ajudando as vinícolas a se tornarem mais inteligentes na forma de se comunicar com seus clientes”, diz Nabedian. “Estamos vendo mais personalização, preços dinâmicos e soluções automatizadas de compliance que eliminam as incertezas de vender em múltiplos estados.” Outro desafio importante é conquistar os consumidores mais jovens, que são menos fiéis às marcas que as gerações anteriores. É aí que os dados fazem a diferença.

“Dados estão revolucionando como conectamos pessoas aos vinhos que vão gostar. Dados são o novo sommelier”, diz Brandenberg. “Se você não os usa para entender seu cliente — o que ele quer, como compra, quais faixas de preço prefere — já está atrasado.”

E há ainda pressões externas. Novas tarifas sobre vinhos europeus, implementadas durante o governo Trump, trouxeram incertezas para importadores. Além disso, a ascensão da cannabis e de medicamentos para perda de peso com GLP-1 estão alterando os hábitos de consumo, com parte do público reduzindo a ingestão de álcool. 

Apesar (ou por causa) desses desafios, a inovação no setor do vinho está viva. Mais vinícolas estão testando viticultura sustentável, blends com menor teor alcoólico e formatos alternativos de embalagem, buscando atrair o consumidor moderno. O setor não está desaparecendo, ele está evoluindo em tempo real.

A ascensão das bebidas funcionais e da busca por saúde em 2025

Se há uma tendência que marcou a indústria de bebidas na última década, foi a de consumidores preocupados com saúde exigindo produtos melhores, às vezes, totalmente diferentes. Isso é especialmente visível no mercado de nootrópicos e bebidas funcionais, onde empresas como a Brez estão liderando uma nova onda de bebidas que estimulam a cognição.

Aaron Nosbisch, CEO da BRĒZ, observou uma mudança significativa nas preferências dos consumidores em direção a alternativas alcoólicas mais saudáveis — que entregam efeitos reais sem as consequências negativas do álcool tradicional. Ele enfatiza que uma marca genuína precisa destacar os benefícios concretos para a vida do consumidor. No caso da BRĒZ, isso significa mostrar que é possível “sentir-se incrível hoje sem se sentir mal amanhã”.

Nosbisch também destaca a importância do posicionamento positivo da marca. Segundo ele, não basta ser “anti” alguma coisa — como apenas ser “sem álcool”. É preciso comunicar o que o produto oferece de valor, focando no que ele é, e não no que não é. E o que ele é, segundo Nosbisch, é simples: bebidas funcionais que ampliam experiências sociais sem os efeitos colaterais do álcool.

A acessibilidade também é um fator-chave nessa transformação. Antes restritas a lojas de produtos naturais, essas bebidas agora aparecem em supermercados e até postos de gasolina. Com a expansão da distribuição, a categoria está pronta para crescer ainda mais, oferecendo acesso fácil a essas inovações.

À medida que o setor avança, uma coisa fica clara: as alternativas alcoólicas “melhores para você” estão se tornando o novo padrão. Se 2025 vai ser definido por algo no mundo das bebidas, será pela escolha. A escolha do consumidor e as opções que estarão disponíveis para ele. As escolhas dos produtores em se adaptar a um mercado que não espera por ninguém — e só tem empatia por quem entende o que o consumidor quer.

O velho duopólio dos refrigerantes não está mais no comando. E todos os segmentos da indústria estão evoluindo a passos largos, do não alcoólico ao funcional, passando pelos tradicionais.

Saiba mais em: https://forbes.com.br/escolhas-do-editor/2025/07/o-futuro-das-bebidas-pos-2025-segundo-os-ceos-do-setor/ 

domingo, 13 de julho de 2025

Sociedade Anônima Brahma S.A.B.


 Nova Campanha de Marketing da Brahma, busca apoiar 14 clubes de futebol brasileiros

A Sociedade Anônima da Brahma (S.A.B.) é uma iniciativa ousada da cervejaria Brahma, em parceria com o aplicativo Zé Delivery, que visa criar uma conexão mais direta entre torcedores e seus craques e clubes. A campanha envolve 14 clubes de diferentes divisões do futebol brasileiro, incluindo Corinthians, Flamengo, Grêmio, Atlético-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cruzeiro, Goiás, Ponte Preta, Remo, Santos e Vitória. Cada equipe publicou em suas redes sociais uma imagem de seu estádio com a frase “(nome do clube) agora é S.A.B.”, acompanhada da data e horário do anúncio oficial. Segundo as postagens oficiais, a promessa é de um projeto que vai “mudar o futebol brasileiro”.

 O envolvimento de Ronaldo Fenômeno, ídolo do futebol e figura influente, eleva ainda mais as expectativas. Em uma postagem nas redes sociais, Ronaldo se apresentou como presidente da S.A.B., destacando seu orgulho em liderar uma ação com potencial de causar um impacto significativo no esporte. A escolha de um nome como Ronaldo reforça a relevância do projeto, já que sua experiência como jogador e gestor no futebol agrega credibilidade à iniciativa.

Ronaldo | Assim como eu, a Brahma sempre teve muito orgulho e vontade de apoiar o futebol brasileiro. Hoje, apresentamos a S.A.B., a Sociedade... | Instagram

terça-feira, 8 de julho de 2025

Anuário da Cerveja 2024


Anuário da Cerveja 2024
 

O Anuário da Cerveja 2024, estudo elaborado pelo Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa), em atendimento às políticas de transparência e difusão do conhecimento gerado a partir de dados públicos, é um documento institucional da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, que apresenta estatísticas relativas ao registro de estabelecimentos e produtos, bem como informações sobre importação e exportação.

Como fonte das informações referentes aos registros, foram consultados o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro) e o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos (Sipe Oraflex).

Como fonte das informações referentes à importação e à exportação de cerveja, foram consultados o Comex Stat e o Portal Único gov.br. Importante destacar que os números relativos à importação e à exportação foram atualizados em relação às versões de anuários anteriores, com a inclusão dos valores relativos à cerveja sem álcool e substituição dos valores em peso (kg) por valores em volume (L). 

Em 2023, o número de cervejarias abertas no Brasil alcançou um recorde histórico de 1.847 unidades, representando um crescimento de quase 7% em relação ao ano anterior. De acordo com o levantamento, há pelo menos uma cervejaria em 771 municípios brasileiros, com maior concentração na região Sudeste.

São Paulo é o estado com maior número de cervejarias registradas, seguido pelo Rio Grande do Sul e Minas Gerais. No entanto, o Pará foi o estado que mais cresceu, com 33,3%, seguido por Mato Grosso do Sul (22,2%).

Outro destaque no estudo sobre a indústria cervejeira no Brasil é o total de registros de produtos: 45.648, com crescimento de 6,6% em relação a 2022.

O anuário de 2025 está previsto para o segundo semestre deste ano. Aguardem.

Saiba mais em: Anuário da Cerveja 2024 - SINDICERV

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Carlos Hauser: o legado do mestre


Morre o mestre cervejeiro Carlos Hauser

O fim de junho (30) fica um pouco mais triste com a perda do mestre cervejeiro Carlos Oswaldo Hauser, um ícone da história da cerveja e da indústria cervejeira no Brasil. Aos 89 anos, senhor Carlos deixa um legado de muito trabalho dedicada ao setor cervejeiro por meio de sua trajetória indústrias de grande renome como a Cia. Antarctica de Cervejas, a Cervejaria Baden Baden, a Colorado e tantas outras.

Senhor Carlos nasceu em São Paulo mas foi Ribeirão Pretense de coração. Por lá residiu por mais de 5 décadas sendo responsável pela Antártica de Ribeirão Preto (e deu seu toque no Bar Pinguim). Seu pai passou por lá também trabalhando naquela Companhia. Tive o prazer de conhecê-lo, bem como seu filho, em uma visita que fiz em Belo Horizonte, por volta de 1999, quando ainda dirigia Acerva Mineira. Hauser filho participou deu uma brassagem coletiva, de uma cerveja comemorativa da associação que foi entregue no Natal daquele ano. Já o pai participou das brassagens coletivas na Colorado.

Formado mestre cervejeiro pela prestigiada Doemens Akademie, na Alemanha, em 1964, Hauser retornou ao Brasil e rapidamente assumiu posições de destaque. Foi o primeiro cervejeiro responsável pela unidade da Antarctica no Recife e, em 1971, transferiu-se para Ribeirão Preto, onde encerraria sua carreira na empresa em 1997 como gerente industrial.

A porta dos bares abrem pela metade. O mercado de cervejas também.

Saiba mais em: Morre o mestre cervejeiro Carlos Hauser - Tribuna Ribeirão

segunda-feira, 23 de junho de 2025

CEO's Talk Show: Paula Lindenberg da Diageo

 CEO's Talk Show com Nizan Guanaes: Episódio Diageo


Nizan vem apresentando um podcast bem interessante sobre mercados e negócios em diversos setores de atuação no Brasil. Entrevistando pessoas de referência, sobretudo CEO's, Nizan vem nos dando oportunidade para conhecer um pouco mais sobre ações profissionais, com base em histórias, experiências e lições aprendidas.

Nesse episódio, relacionado com a Diageo no Brasil, por meio da CEO Paula Lindenberg, você irá entender como essa empresa atua no mercado nacional, com base no desejo, na experiência do cliente e no consumo responsável.

Conheça mais sobre o que pensa a CEO da Diageo, e depois, deixe o seu registro nos comentários.


#mercadodebebidas #bebidasnobrasil #consumoresponsavel #pelosatelite



terça-feira, 6 de maio de 2025

Mercado de Tequilas


 Muito além do shot

Destilado mais famoso Do México, a Tequila é redescoberta no Brasil com a chegada de novos rótulos de luxo

por André Sollitto

até pouco tempo atras, o consumidor brasileiro que fosse ao supermercado em busca de tequila teria dificuldade para encontrar boas opções. Os poucos rótulos disponíveis ficavam quase escondidos em algum canto do setor de bebidas. Sem diversidade, seria preciso se contentar apenas com as versões mais populares das grandes marcas distribuídas internacionalmente. O consumo era apenas um: o shot, para ser virado de uma única vez, com sal e limão - e consagrado no bordão “arriba, abajo, al centro y adentro!” É alguns bares ela até poderia fazer parte do clássico coquetel Margarita. Mas era só. Agora, em um novo movimento de redescoberta e de impulsionamento da indústria, o portfólio de opções tem crescido e, com ele, as oportunidades de descobrir o destilado.

Faltam dados específicos de consumo no Brasil, que ainda representa uma fatia bem pequena do bolo. Outros destilados, como vodca, whisky, gin e cachaça, são muito populares. Mas, seguindo a tendência global, especificamente a americana, a expectativa é de que o interesse suba rapidamente. Um levantamento da plataforma Statista Aponta que, em 2013, o mercado dos Estados Unidos vendeu 13,6 milhões de caixas de 9 l de tequila. Em 2022, o número saltou para 28,9 milhões de caixas. O crescimento foi contínuo ao longo dos anos, mas acelerado pela pandemia. E tem se mantido desde então, puxado pela categoria chamada premium, feita com matéria-prima selecionada e maior valor agregado. Lá nos Estados Unidos, 70% das vendas do destilado pertencem a essa categoria.

Para entender a diferença entre elas, é fundamental compreender como a tequila é elaborada. Trata-se de uma bebida com uma rica história. A tequila é um destilado feito de agave azul, um tipo de suculenta muito comum no México, mas presente também nos Estados Unidos e, em pequena escala, na América Central e na América do Sul. As origens remetem o período pré-hispânico: em 250 antes de Cristo. Os astecas já fermentavam o suco do agave para produzir uma bebida cerimonial chamada Pulque.

Quando os soldados espanhóis chegaram ao México, em 1519, passaram a destilar este fermentado, já que não gostavam de seu sabor. Assim, nasceu o vino de mezcal, em referência ao nome pelo qual a planta também era conhecida. A primeira documentação oficial sobre a população de Tequila data de 1608, na cidade de Jalisco. Uma indústria passou a ser formada em torno da reelaboração do destilado e, em 1890, a tequila se tornou o nome oficial da bebida. Na língua Nahault, significa “rocha vulcânica”, em referência ao vulcão adormecido localizado na cidade de Tequila. Em 1902 ,ganhou status de denominação de origem e só pode ser produzida em Jalisco e em seus arredores.

Oficialmente, a tequila é feita apenas de agave-azul. A legislação mexicana determina que os produtores podem adicionar à mistura até 49% de outros álcoois, provenientes de cereais ou milho, por exemplo. Contudo, uma tequila 100% feita de agave tende a ser mais refinada. Há a tequila blanco (no México, a palavra é masculina), transparente, que não passa por envelhecimento. Acho que passam por barricas de madeira ganham títulos de acordo com o tempo de amadurecimento: reposado, de 2 meses a 1 ano; añejo, de 1 a 3 anos; e extra añejo, acima de 3 anos. E adquirem uma coloração amarelada típica. Há ainda uma nova categoria que vem ganhando fama nos Estados Unidos, a cristalino, formada por tequila que passam pelo processo de amadurecimento, mas depois são filtradas com carvão para ficarem transparentes novamente.

Existe outro destilado feito de agave, o mezcal. Este, no entanto, ainda não foi popularizado no Brasil e o consumidor interessado vai sofrer para encontrar uma garrafa à venda. A diferença está na matéria-prima e no modo de preparo. O mezcal pode ser feito com outras variedades de agave. Enquanto a pinha do agave é cozida antes de ser fermentada e destilada para virar tequila, no mezcal ela passa por um processo de cozimento e defumação em um buraco no chão. O sabor defumado é típico, e a bebida vem sendo explorada tanto por produtores artesanais, que lançam rótulos feitos com mais de 30 tipos de agave e brincam com o tempo da defumação, quanto por mixologistas. Na dúvida, cabe a máxima: nem todo mezcal é tequila, mas toda tequila é, também, um mezcal.

No exterior, a bebida tem sido muito usada na coquetelaria. Não à toa, a Cidade do México tem 4 bares entre os melhores do mundo, de acordo com o renomado ranking World’s 50 Best Bars - 2 deles estão no top 10. Em casas como a Licoleria Limantour, os coquetéis são elaborados com diferentes rótulos de tequila e mezcal junto com ingredientes típicos de distintas regiões do país, como Baja, ao norte.

No Brasil, a tendência começa a ganhar força. “Ainda temos 2 grandes desafios para mudar o olhar sobre a tequila”, afirma o mineiro Leonardo Brettas, diretor da marca José Cuervo para a América Latina. “O primeiro é mostrar a versatilidade para inúmeros coquetéis além da tradicional Margarita. E queremos despertar outras formas de consumo, mais próximas de outros destilados premium, que vão além da velha e conhecida forma de beber tequila em doses”. (...)

O movimento da tequila é tão bom que até as celebridades tem buscado um pedacinho do mercado por meio de lançamentos assinados. O Astro Dwayne Johnson, o "The Rock", lançou sua Teremana em 2020 E já vendeu mais de 2 milhões de caixas de 9 litros. O ator Matthew McConaughey e sua mulher, Camila Alves, também tem a sua própria marca, Pantalones. Mark Wahlberg Investiu na Flecha Azul, também em 2020, ao identificar uma boa oportunidade de negócios. Os craques da NBA LeBron James e Michael Jordan tem marcas próprias: Três Lobos e Cincoro, respectivamente. Até a socialite Kendall Jenner assina a 818 Tequila. Enquanto elas não chegam ao Brasil, vale a pena guardar um espaço na mala para trazer algum desses rótulos badalados. Salud!

 Fonte: Revista Plant Project - Edição 43

terça-feira, 15 de abril de 2025

Refrigerante Artesanal

 


Mercado de refrigerantes artesanais

Neofeed mencinou em um recente artigo que diz o seguinte: “sucesso nas redes sociais o refrigerante da casa é a nova cerveja artesanal”.

Conhecida como soda italiana, a bebida a base de xarope água com gás ganha os restaurantes brasileiros não demora muito a dor de soda fenômeno nos Estados Unidos também chega ao Brasil.

Antes do jovem editor deste pequeno blog citar a reportagem, fiquei agraciado com o seu conteúdo, pois retrata muito bem o consumo do jovem brasileiro que se é um pouco diferente do consumidor adulto acima dos 40 anos. 

Essa geração teve, em sua infância, o refrigerante visto como um "prêmio a ser consumido", somente nos fins de semana. Se tratava de uma iguaria da criançada. Talvez essa dificuldade de poder tomar um refresco gasoso, fez com que o brasileiro pós-40 anos tenha apegado ao um refrigerante, sobretudo (e curiosamente) os regionais.

Apesar das grandes engarrafadoras como Coca-cola e Ambev, pequenos fabricantes de refrescos mantêm a tradição ou ainda marcaram época. Quem é de Minas Gerais por exemplo, não abre mão do refrigerante Mate Couro, do Artemis, do Guaranita, do Abacatinho, do Mineirinho, do Guarapan, etc, em uma festa de aniversário ou ainda tem saudosismo dos refrigerantes Gato Preto, Alterosa, Cacique; do Crush, do Baré, do Del Rey, do Guaraná Rádio e tantos outros que marcaram a memória.

Reproduzindo o artigo, é dito neste que, o brasileiro é louco por refrigerante. A bebida responde por 79% dos produtos em álcool produzidos no país, o que inclui toda sorte de sucos industrializados, água de coco e até kombucha, segundo levantamento do Ministério da Agricultura.

Assim como houve uma onda de produção de cerveja artesanal, que ainda não acabou, refrigerantes sem garrafa, rótulo, ou tampinha, tem conquistado espaço nas mesas dos restaurantes lanchonetes e bares de grandes centros brasileiros, especialmente do Rio de Janeiro e em São Paulo.

Borbulhantes como seus primos mais famosos, são produzidos de forma artesanal, a partir da mistura de xarope e água com gás que aparecem com sabores mais inusitados.

A onda é global no relatório de tendências Pinterest Predicts2025, divulgado no começo do ano, A Rede Social Pinterest prevê que os millennials e a geração z farão os refrigerantes saírem das latinhas, um movimento nostálgico, escorada e receitas caseiras. O termo “refrigerante de frutas”, atesta o estudo, registrou um aumento de 185%, nas buscas, enquanto termo “refrigerante caseiro” cresceu 40%. (...)



Receitas próprias


Xaropes prontos como os das marcas Monin e Fabbri, muito usados pelos bartenders, oferece uma vasta gama de sabores. Mas os chefes de restaurantes gastronômicos, aqueles que se destacam pela cozinha criativa, não desperdiçam a chance de produzir a própria receita. E não importa de que país vem a inspiração.

Meus comentários: Já produzi diversos refrigerantes com a linha de xaropes Monin, cuja loja em Belo Horizonte, fui convidado a conhecê-la. Dos mixes efetuados usei água gasosa, em três formas: a água em garrafas pet tradicionais, adquiridas em supermercados; a água fabricada sob pressão em container específico como o Soda Stream; ou ainda, sob envase direto em barril, passando por chopeira e bombeamento em gás carbono em cilindro a dois (2) bar de pressão. Esse último, tirar o refrigerante diretamente do barril inox, (semelhante a um post-mix) ficou surpreendente. Gelado a 0grau Célsius, pronto para consumo, na dose certa. A experiência tem sido positiva também para bebidas com adição de álcool, como gin, vodka ou ainda a nossa tradicional cachaça. Algo bem no estilo RTD - Ready to Drink.



Saiba mais em: Sucesso nas redes sociais, o refrigerante da casa é a nova "cerveja artesanal" - NeoFeed

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Johnnie Walker Comercial

Johnnie Walker relembrando o consumo consciente

Esse comercial é simplesmente incrível. JWalker, em um episódio hightech demonstra que mesmo sendo um piloto da Fórmula 1 (F1), beber e dirigir não combinam. Trata-se do consumo responsável. Assista que é bem bacana. O vídeo é curtinho. Aproveite.


Cheers!



 

segunda-feira, 31 de março de 2025

Gases de Efeito Estufa em Cervejarias

 


Cerveja ou leite?

Estudo propõe refletir sobre bebidas de consumo humano considerando a emissão de gases de efeito estufa em sua produção e o valor nutricional de cada uma delas

Por Luiz Josahkian* para a Globo Rural

29/01/2025

O ano de 2023 foi um recorde, mas não para ser comemorado. Foi o ano mais quente nos 174 anos de história do planeta em que as temperaturas têm sido aferidas. Dados da Organização Meteorológica Mundial indicam 1,4°C acima da média histórica, muito próxima de 1,5°C, o ponto limite em que não haverá mais retorno para evitar os efeitos do aquecimento global.

Se isso não for motivo para não comemorar o recorde, o ano de 2024 é um forte candidato para desbancar o breve reinado de 2023. Atingir essa marca, contudo, não é irremediável, mas liga o alerta dos organismos internacionais d vigilância do clima e traz a baila o fraco discurso da COP28, realizada em Dubai, cujo ponto central foi a transição do uso dos combustíveis fósseis para fontes de energia limpa.

Embora o acordo final, assinado por quase 200 países, seja emblemático sob o ponto de vista do reconhecimento dessa necessidade, não houve compromissos quantificáveis e com prazos a serem cumpridos, uma lacuna do acordo criticada por muitos. Mas sabemos que será um longo processo, uma reconfiguração da economia mundial, uma remodelação dos negócios e na forma como a sociedade fará suas escolhas de consumo. Esse Novo Mundo estabelecerá paradigmas diferentes, inaceitáveis nos padrões atuais. Falar sobre eles agora seria quase irônico, mas as transformações em escala global instituíram parâmetros de decisão queiram nos tirar da zona de conforto.

Só como exemplo, e lembrando do que podemos optar para deixar de fazer quase tudo, menos o de nos alimentar, vejamos a questão da produção de alimentos sobre a perspectiva proposta por SMED-MAN et al. (Disponível em HTTPS://doi.org/10.3402/fnr.v54i0.5170) em um artigo intitulado “Nutriet Density of Beverages e Relation to Climate Impact”. Os autores nos propõe refletir sobre a produção de algumas bebidas de consumo humano sobre um ponto de vista relativo entre o total de emissão de gases de efeito estufa (GEE) em toda a sua cadeia de produção e o valor nutricional de cada uma delas. Em outras palavras, é uma forma de avaliar o custo-benefício do ponto de vista humano no impacto climático.

Para tanto, criar um índice em que a densidade nutricional de cada produto (levando em conta 21 nutrientes essenciais) era comparado com a taxa de emissão de GEE medido em toda a sua cadeia de produção (produção, manufatura, embalagem e distribuição.) Denominaram esse indicador de NDCI (Nutriet Density to Climate Impact.) Foram avaliados leite, refrigerante, suco de laranja, cerveja, vinho tinto, água mineral, bebida de soja e bebida de aveia. Infelizmente, para os apreciadores, refrigerante, vinho e cerveja apresentar os piores índices, porque, além das maiores taxas de emissão de GEE, seus valores nutricionais se aproximam de zero.

O suco de laranja e bebidas de soja foram equivalentes em uma zona intermediária, como a ligeira vantagem do ponto de vista nutricional para o suco de laranja. O leite, por sua vez, apresentou o melhor NDCI, praticamente o dobro da bebida de soja e 53 vezes superior ao da cerveja e do vinho. Então, que opções faremos no futuro: cerveja ou leite?

Luiz Josahkain é Zootecnicista, professor de melhoramento genético e superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

segunda-feira, 17 de março de 2025

Guerra Comercial de Champanhe

 


Com o sabre no pescoço: Crise em Champanhe, na França: na terra de Dom Pérignon, Veuve Clicquot e Moët & Chandon só se fala na taxação de 200% de Trump

Importações de champanhe francesa nos EUA chegam quase a US$ 1 bilhão por ano

Por The New York Times — Épernay, França

Os produtores de champanhe na França vendem quase US$ 1 bilhão para os EUA todos os anos, mas, na sexta-feira, em Épernay, a capital mundial do espumante, o único número na boca de todos era 200.

Foi mais um capítulo da guerra comercial iniciada por Trump, depois que a União Europeia (UE) contra-atacou a elevação de tarifas sobre aço e alumínio com suas próprias tarifas sobre produtos dos EUA.

A ameaça de uma tarifa de três dígitos caiu como um raio em Épernay, assustando trabalhadores, produtores e as lojas da Avenue de Champagne, o boulevard central da cidade.

— Uma tarifa de 200% tem o objetivo de garantir que nenhum Champagne seja enviado para os EUA — disse Calvin Boucher, gerente da Michel Gonet, uma casa que está há 225 anos na avenida.

Com 20% a 30% das 200 mil garrafas que produz anualmente exportadas para comerciantes e restaurantes americanos, a empresa teria seu negócio “esmagado”, afirmou Boucher. O preço de um champanhe de US$ 125 mais que triplicaria da noite para o dia.

Dom Pérignon, Veuve Clicquot e Moët & Chandon respondem por um terço das vendas

As maiores casas — incluindo Dom Pérignon, Veuve Clicquot e Moët & Chandon, pertencentes ao conglomerado de luxo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton — dominam a produção, as exportações e representam um terço das vendas totais.

 Nathalie Doucet, presidente da Besserat de Bellefon, uma casa de champanhe que exporta 10% de sua produção premium para os EUA, disse que a guerra comercial a deixava ansiosa: — Estamos esperando para ver o que acontece, mas não são boas notícias — disse Nathalie, cuja casa usa um processo trabalhoso de baixa pressão, que confere uma acidez nítida e uma efervescência fina ao champanhe.

Consumo em queda

A produção de champanhe já havia enfrentado um ano difícil, com o clima ruim reduzindo a colheita. O consumo vem diminuindo, à medida que os jovens têm mudado seus hábitos, passando a preferir coquetéis e cervejas artesanais. As vendas de champanhe caíram desde a pandemia, com uma queda de 9% no ano passado.

 Ao mesmo tempo, disse Nathalie, a Europa estava lidando com as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. E agora, a guerra comercial com os EUA, um dos tradicionais aliados da França, sobre questões que não têm nada a ver com o champanhe. — Parece uma punição deliberada — disse Cyril Depart, proprietário da loja de vinhos Salvatori, logo após a Avenue de Champagne, que oferece uma ampla variedade de champanhes artesanais. Sua esposa foi gerente de exportação de uma das grandes casas de champanhe e já estava calculando os possíveis impactos.

Impacto em negócios nos EUA

O dano de uma guerra comercial se espalharia muito além das casas de champanhe, atingindo importadores e distribuidores americanos e colocando em risco diversos pequenos negócios.

Michael Reiss, presidente da Vineyard Road, um pequeno distribuidor de Framingham, Massachusetts, que importa champanhe e vinhos da Europa e os distribui no Nordeste dos EUA, disse que pequenos negócios como o dele, incluindo restaurantes e lojas de varejo, seriam “muito prejudicados”.

O ambiente comercial imprevisível poderia forçar as empresas a cancelar investimentos planejados, acrescentou ele. Além disso, as tarifas aplicadas no início da cadeia de suprimentos podem se multiplicar, já que cada empresa que manipula o produto aumenta seu preço de acordo, disse Reiss:

— Então, até mesmo uma tarifa de 25% pode facilmente levar a um aumento de preços de 40% a 60%.

Uma tarifa de 200% “eliminaria a possibilidade de as pessoas comprarem coisas que trazem alegria para suas vidas,” acrescentou.

Ministro chama guerra comercial de 'idiota'

De volta a Épernay, caso as vendas caiam, os produtores de vinho precisarão de menos trabalhadores nos campos, e haverá menos trabalho para operadores de tratores, fabricantes de rolhas e fabricantes de garrafas.

Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Eric Lombard, chamou a guerra comercial de “idiota” e disse que viajará para Washington em breve.

— Precisamos conversar com os americanos para diminuir a tensão — disse ele à televisão francesa.

As maiores casas de champanhe da França permaneceram em silêncio, recusando-se a comentar enquanto esperavam ver como a ameaça de Trump se desenrolaria — e se representantes dos governos europeus conseguiriam fazê-lo recuar.

Fonte e mais informações: https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/03/16/crise-em-champanhe-na-franca-na-terra-de-dom-perignon-veuve-clicquot-e-moet-and-chandon-so-se-fala-na-taxacao-de-200percent-de-trump.ghtml

sábado, 15 de março de 2025

Governança, Riscos e Compliance nas Organizações 2025

Governança, Riscos e Compliance: O Desafio da Conformidade em um Cenário em Constante Mudança

por Henrique Oliveira *

Ao explorar os principais relatórios de riscos publicados globalmente, como o “2025 Global Risk Report” do World Economic Forum, ou ainda “Top Risks 2025” da Eurasia Group, o mundo corporativo cada vez mais dinâmico, incerto e com mudanças políticas e regulatórias abruptas, (basta ver os movimentos geoeconômicos acontecendo de forma impactante na América do Norte, na China e na Rússia) a governança, riscos e compliance (GRC) se tornaram pilares essenciais para manter a sustentabilidade e gerar valor de sucesso das organizações.

No entanto, uma das maiores dores enfrentadas por profissionais da área é a adaptação contínua às mudanças regulatórias e a garantia de conformidade sem comprometer a eficiência operacional. Ao longo da minha carreira, tenho observado que a conformidade não é apenas uma questão de seguir regras, mas de integrar essas diretrizes aos processos táticos e operacionais, de forma que agreguem valor ao negócio. A Lei Sarbanes-Oxley e as Diretivas da União Europeia, por exemplo, trouxeram desafios significativos, entretanto também promoveram oportunidades para fortalecer o ambiente de controles internos, além de solidificar uma cultura de transparência. Nesse sentido, uma das principais dificuldades que enfrentadas é a gestão de riscos, em um ambiente regulatório em constante evolução. As mudanças nas leis, normas e diretivas podem ser repentinas e complexas, exigindo que as empresas reajam rapidamente para evitar penalidades e danos à reputação. Para mitigar esses riscos, é crucial desenvolver uma estratégia de compliance proativa e ambidestra, que inclua monitoramento contínuo (sobretudo do ambiente externo) e ajustes ágeis nas políticas internas que promovam maior velocidade nas tomadas de decisão e ação.

A implementação de tecnologias de automação e análise de dados tem se mostrado uma solução eficaz para lidar com essas demandas. Ferramentas de GRC integradas permitem a identificação precoce de riscos e a geração de relatórios precisos, facilitando a tomada de decisões informadas. Adicionalmente, a automação de processos repetitivos libera recursos humanos para se concentrarem em atividades estratégicas, ou seja, trocando rotinas corriqueiras por pensamentos de médio e longo prazos. Parar para pensar no que é essencial e oportuno. Outro aspecto vital é a cultura organizacional. Promover um ambiente em que todos os colaboradores compreendam a importância da conformidade e se sintam responsáveis por esta é essencial. Programas de treinamento e conscientização são fundamentais para capacitar as equipes a identificar e relatar violações, criando uma linha de defesa robusta contra riscos internos e externos.

Em um dos projetos que tomei frente, com foco em riscos e compliance, introduzimos uma empresa terceira para varredura de depósitos recursais, o que resultou em entradas inesperadas no fluxo de caixa da empresa. Essa iniciativa não apenas otimizou recursos financeiros, mas também destacou a importância de práticas de compliance inovadoras, fora da caixa, que geram valor e que sejam eficazes. Por fim, a comunicação com órgãos reguladores e partes interessadas deve ser clara e eficiente. Manter um diálogo aberto e transparente ajuda a construir confiança e facilita a navegação em situações complexas. Não menos importante, relatórios detalhados e insights estratégicos são ferramentas poderosas para alinhar as expectativas dos stakeholders com os objetivos corporativos. Em suma: GRC tem que estar na estratégia organizacional. (Sem sombra de dúvidas.)

Finalizando, convido você, leitor, a compartilhar suas experiências e desafios na área de Governança, Riscos e Compliance. Vamos nos conectar e trocar ideias sobre como podemos continuar a inovar e superar as barreiras da conformidade em um mundo em constante transformação. Sinta-se à vontade para me contatar aqui no LinkedIn para discutirmos essas questões e explorarmos soluções colaborativas.

Saudações.

(*) - Henrique Oliveira é professor e Executivo de Governança, Riscos e Compliance

#pelosatelite #GRC #Riscos #Compliance #Governança

 



terça-feira, 11 de março de 2025

Fusões e serviços compartilhados em cervejarias

Stadt Jever, Prússia Bier e Cia Fürst de Bebidas, iniciam fusão estratégica

O Brasil possui uma característica peculiar em possuir muitas microempresas, que produzem de forma familiar em pequenos lotes, ao contrário da China que possui empresas grandes que produzem uma quantidade infinita de itens, há um custo unitário muito menor do que nós na América do Sul.

Nesse sentido, adicionado ao "Custo Brasil", a produção de bens de consumo em pequenas empresas se torna cara e muitas vezes insuficiente para conter a concorrência da produção de produtos em larga escala, de um mesmo setor. Algumas saídas para mitigar esse risco inerente são as Cooperativas e Associações, que, resumidamente, têm como objetivo unir um número significativo de associados para que, juntos, possam ser beneficiados proporcionalmente a sua parcela de investimento e oferta de insumos ou produtos, num ambiente em comum.

Outra solução são os Serviços Compartilhados, conhecido também por "Shared Services",  que em suma são processos importantes ao negócio, porém não são parte do core business em si: são serviços complementares ao negócio, como Contabilidade, Financeiro, Governança e Controles Internos, Riscos e Seguros, TI e Inovação, Compliance e Jurídico. Compartilhar os custos dessas áreas é uma forma sustentável de manter a empresa mais focada em seu propósito e objetivos estratégicos, ou seja, investir pesado no que realmente importa.

Dessa forma, as cervejarias mineiras Fürst de Bebidas e Stadt Jever, (aqui lê-se Paulo e Geraldo Fürst e Miguel e Ustane Pedras Carneiro, respectivamente), deram inicio a um processo de Serviços Corporatilhados, para produzir uma cerveja americana em terras brasileiras. Ambos passaram a produzir a cerveja Ballast Point, uma IPA de tirar o chapéu. Esse projeto tem dado o seu devido progresso. 

O time não parou por ai. Na sequência, com a entrada da Cervejaria Prússia, os 3 empreendedores mineiros deram mais um passo em direção à construção de uma plataforma digital para comercialização de seus produtos, dividindo os custos de manutenção do site, além de prestar uma atenção especial à experiência do cliente. Trata-se de uma ideia é genial. Em se tratando de mercado de cervejas, nem tudo é produto: se cerveja fosse difícil de fazer o mestre cervejeiro seria o cara mais rico do mundo. Sabe-se que não é bem assim: o difícil mesmo é ter logística e vender a bebida a um preço competitivo e que promova uma boa experiência aos consumidores desse nicho de mercado.

Como resultado, nada como cooperar uns com os outros, quando se trata de serviços compartilhados. O mesmo vale para compras conjuntas de insumos e equipamentos, como malte, lúpulo, levedo, barris, chopeiras e acessórios. A negociação com o fornecedor fica melhor e  a prática beneficia a todos. 

 A propósito: para dar um ponta pé nessa união estratégica, o Grupo acaba de lançar a cerveja em lata "Fusion", que será amplamente divulgado aos clientes, amigos e curiosos. As cadeias produtivas e de valor agradecem. Desejo sucesso às 3 cervejarias.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Carnaval 2025 e o mercado de cervejas


Brasileiros consomem mais de 1 bilhão de copos de cerveja no Carnaval

Durante os cinco dias de folia, o consumo de cerveja no país atingiu níveis recordes.

Por Viviane Setragni

O Carnaval de 2025 no Brasil registrou um consumo impressionante de cerveja, ultrapassando a marca de 1 bilhão de copos durante os cinco dias de festividades. O volume equivale a aproximadamente 15 bilhões de litros por ano, com uma média diária de quase 42 milhões de litros, suficientes para encher 220 milhões de copos do tipo americano, comuns em bares de todo o país.

Apesar da alta no consumo, os foliões enfrentaram um aumento nos preços das bebidas. A chamada "cesta do carnaval", que inclui itens como cerveja e outras bebidas alcoólicas, registrou uma alta de 9,3% em 2025, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse reajuste é o maior desde 2022, quando a variação foi de 20%.

Fonte e saiba mais em: https://www.portalaz.com.br/noticia/economia/78461/brasileiros-consomem-mais-de-1-bilhao-de-copos-de-cerveja-no-carnaval/

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Cervejaria Turatti 2025

 

Cervejaria Turatti promove edição especial do Carnaval, com cerveja sem imposto

A Cervejaria Turatti realiza mais uma edição da Terça Sem Impostos nesta terça-feira (25), oferecendo ao público a oportunidade de degustar pratos e bebidas com valores reduzidos, sem a incidência de tributos. A ação acontece em todas as unidades da casa, trazendo um cardápio promocional com clássicos da casa.

 Entre as opções de comida, o menu inclui pastel de queijo, tiras de frango, hambúrguer de maminha, panceta suína e batata à moda, todos com valores ajustados para a data especial. No cardápio de bebidas, os destaques ficam para os chopes Premium Lager (300ml) e Vai Se Lascar Pilsen (300ml), servidos a preços reduzidos.

 A iniciativa reforça a proposta da Cervejaria Turatti de proporcionar uma experiência gastronômica diferenciada, valorizando a culinária e a cultura cervejeira. Com unidades na Varjota, RioMar Papicu, RioMar Kennedy, Cambeba e North Shopping, a marca convida o público a aproveitar a data para celebrar com bons sabores e preços especiais.

Saiba mais em: https://www.portalin.com.br/notas/cervejaria-turatti-promove-edicao-especial-do-carnaval-sem-impostos-nesta-terca-25/

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Mercado de Destilados

 


Fawn Weaver: ‘Pare de dizer que a indústria de bebidas espirituosas (destilados) está em declínio – não está’

por The Sprit Business.com

A indústria de bebidas espirituosas está em apuros? Ou o comércio está simplesmente num estado de recalibração após a pandemia de Covid-19? Fawn Weaver, fundadora do Uncle Nearest Premium Whiskey, compartilha suas idéias.

Manchetes recentes afirmam que a indústria das bebidas espirituosas está em apuros, citando o declínio do consumo devido ao aumento das bebidas não alcoólicas, dos medicamentos para perda de peso GLP-1, do aumento do consumo de marijuana e da mudança de preferências geracionais. Mas até agora ninguém compilou o quadro completo em um só lugar. Quando analisamos todos os dados em conjunto, surge uma história diferente – que desafia estas narrativas predominantes.

Correções temporárias de mercado não são sinais de declínio permanente. Os dados mostram que a premiumização está a impulsionar fortes gastos dos consumidores em bebidas espirituosas. Isto não é um colapso – é um retorno à normalidade.

Um paralelo histórico: correções pós-pandemia

A pandemia de gripe espanhola de 1918 levou a uma redução temporária do consumo de álcool em bares e restaurantes. Depois que o mundo reabriu, as vendas de álcool dispararam e depois se estabilizaram. Um século depois, a história se repete. A Covid-19 criou um aumento artificial nas vendas de bebidas alcoólicas, à medida que os consumidores abasteciam os bares caseiros e substituíam as saídas noturnas por coquetéis caseiros. Esse aumento nunca foi sustentável e a indústria está agora a ajustar-se às normas pré-pandémicas. Tal como hoje, as primeiras previsões de declínio a longo prazo foram equivocadas. O mercado está se corrigindo, não entrando em colapso.

Os consumidores estão bebendo menos, mas os gastos continuam fortes

É verdade que os consumidores estão a beber menos do que no pico da pandemia, mas isso não significa que a indústria esteja a encolher. Durante a Covid-19, o consumo de álcool em casa disparou. No entanto, com a reabertura dos escritórios e a retomada das viagens de negócios, esse hábito diminuiu.

De 2013 a 2018, as vendas de destilados cresceram a uma taxa média anual de 4,3% antes de acelerar para 5,34% em 2019 e disparar para 10% em 2021 e 12,23% em 2022. De acordo com o NIQ, as vendas de álcool no varejo nos EUA – incluindo cerveja, vinho e destilados – atingiram um pico de US$ 113,6 bilhões em 2023 antes de se estabelecerem. em 112,9 mil milhões de dólares em 2024, um declínio modesto de 0,8%. Este ajustamento era esperado, mas alguns analistas do setor estão a reagir como se isso sinalizasse uma crise.

O Conselho de Bebidas Espirituosas Destiladas dos EUA (Discus) divulgou recentemente o seu relatório anual, mostrando um declínio de 1,1% na receita bruta dos fornecedores dos EUA em bebidas espirituosas, cerveja e vinho – uma correção mais suave do que os padrões históricos poderiam prever. No entanto, se a indústria das bebidas espirituosas tivesse continuado a sua trajetória de crescimento pré-Covid, com um crescimento médio anual de 5%, os seus níveis de receitas de 2024 não teriam sido alcançados até 2025.

 Ao mesmo tempo, os volumes do mercado de bebidas espirituosas aumentaram em 2024, aumentando 1,1%, para 312,2 milhões de caixas de nove litros. Isto contradiz ainda mais a noção de que os consumidores estão bebendo menos. O forte crescimento das bebidas prontas para beber (RTD) desempenhou um papel fundamental na mudança de receitas, uma vez que os seus preços mais baixos reduziram ligeiramente os números globais de vendas. No entanto, os dados deixam uma coisa clara: a América ainda bebe. O mercado de bebidas espirituosas não está diminuindo; está se estabilizando.

Premiumização: os consumidores estão negociando, e não saindo

 Além do forte crescimento dos IDT, uma tendência importante que é frequentemente ignorada é a premiumização – a mudança para álcool de qualidade superior. Alguns consumidores estão escolhendo mais facilmente com RTDs, enquanto outros estão escolhendo melhor com bebidas destiladas premium.

Dados recentes da NielsenIQ confirmam que, embora as vendas totais de álcool tenham sido ajustadas para baixo, os gastos com bebidas espirituosas premium e ultra-premium continuam a aumentar. No relatório mais recente da Nielsen, Uncle Nearest cresceu 22,3%, enquanto outros Bourbons importantes – incluindo Blanton’s, Angel’s Envy e Colonel E.H. Taylor – obteve ganhos entre 20% e 55%. Tequilas sofisticadas como Lalo, Tequila Ocho e La Gritona aumentaram entre 23% e 124%.

Cada uma destas marcas de Bourbon e Tequila sustentou um crescimento de dois dígitos nas últimas 26 semanas, reforçando que esta não é uma tendência temporária, mas uma mudança de longo prazo do consumidor para bebidas espirituosas de maior qualidade. Os consumidores estão fazendo escolhas mais intencionais, favorecendo bebidas espirituosas bem elaboradas e 100% livres de aditivos. Os Bourbons puros e autênticos destacam-se como bebidas espirituosas totalmente naturais – naturalmente sem açúcar, sem hidratos de carbono, sem gordura e sem glúten – apelando aos consumidores preocupados com a saúde que procuram escolhas superiores sem compromisso.

A tendência não alcoólica é exagerada

Sim, a categoria de bebidas não alcoólicas está crescendo, mas o seu impacto continua pequeno e o crescimento já está abrandando.

O mercado não alcoólico dos EUA atingiu 823 milhões de dólares em 2024 e deverá crescer para quase 5 mil milhões de dólares até 2028, de acordo com a IWSR. No entanto, o crescimento já está desacelerando. A categoria de não alcoólicas cresceu 35% em 2023, 26% no ano passado e 20,6% em 2022, mas o seu CAGR projetado de 2024-2028 é de apenas 18%. Se isto fosse um verdadeiro disruptor da indústria, esperaríamos uma aceleração do crescimento – e não uma desaceleração.

Mesmo os relatórios recentes que mostram um forte crescimento num único ano não mudam a realidade de que o dinamismo está a desvanecer-se. Embora alguns analistas afirmem que as alternativas não alcoólicas estão a remodelar a indústria, os dados contam uma história diferente: esta continua a ser uma categoria de nicho e não uma mudança generalizada do álcool.

A esmagadora maioria deste crescimento provém da cerveja sem álcool, que representa 84% do total das vendas sem álcool. Como a cerveja já tem um ABV naturalmente baixo, de 4% a 6%, remover o álcool e manter o sabor foi relativamente fácil – levando a uma adoção mais ampla pelo consumidor.

Enquanto isso, as “destiladas” não alcoólicas mal ultrapassam 1% do total de vendas sem álcool. Ao contrário da cerveja, replicar o sabor complexo e a sensação na boca do Bourbon, Tequila ou vodka sem álcool tem se mostrado um desafio. Para compensar, muitas “destiladas” não alcoólicas dependem de aditivos artificiais, açúcar excessivo ou outros compostos, contradizendo o apelo muito preocupado com a saúde que inicialmente atraiu muitos consumidores.

Se as bebidas espirituosas não alcoólicas estivessem realmente a perturbar a indústria, seriam mais do que apenas um erro de arredondamento. Com apenas 1% da categoria de não-alcoólicos – excluindo cerveja e vinho – digamos apenas que ninguém deveria prender a respiração por um boom de Bourbon ou Tequila sem álcool, pelo menos não nesta vida.

Anos eleitorais e comportamento do consumidor

A incerteza política tem impactado historicamente os gastos dos consumidores, incluindo o álcool. Após as eleições de 2016, a indústria registou um abrandamento temporário, com o crescimento caindo de 3,38% em 2016 para 2,04% em 2017 (Discus) – uma queda de 1,47 pontos percentuais. Embora as razões para isto não sejam totalmente claras, a incerteza pós-eleitoral ou as respostas emocionais dos eleitores podem ter contribuído.

Estamos testemunhando um padrão semelhante agora. Embora alguns analistas atribuam a fraqueza da indústria a mudanças económicas mais amplas, os dados históricos sugerem que as transições políticas podem ter efeitos de curto prazo nos gastos discricionários, incluindo o álcool. Se a história servir de guia, isso também passará.

A Geração Z não está rejeitando o álcool por motivos de saúde

A Geração Z bebe menos do que as gerações anteriores na sua idade, mas as suas preferências indicam uma mudança no sentido da qualidade em detrimento da quantidade. O declínio no consumo parece ser impulsionado mais pela premiumização do que pela preocupação com a saúde, uma vez que o seu envolvimento com outras substâncias – como o vaping – sugere uma mudança mais complexa no comportamento, em vez da rejeição total do álcool.

A Geração Z está vaporizando em taxas sem precedentes, consumindo nicotina de maneiras que as gerações anteriores abandonaram o tabaco. Ao contrário dos cigarros que os seus pais e avós fumavam, os modernos cigarros eletrónicos e vaporizadores contêm frequentemente níveis significativamente mais elevados de nicotina, o que os torna ainda mais viciantes.

Isto sugere que os seus hábitos de consumo irão evoluir, e não desaparecer. A geração do milênio inicialmente se afastou da cerveja antes de mais tarde adotar destilados premium e coquetéis artesanais. A indústria do álcool sempre se adaptou às mudanças geracionais e fará isso novamente.

Uma redefinição do mercado já está em andamento – e isso é bom

Os níveis de estoque nos armazéns dos distribuidores estão elevados, refletindo um ajuste natural após o aumento induzido pela pandemia. Antes de os distribuidores retomarem os padrões normais de compra, devem resolver o excesso de stock – mas isto é uma redefinição a curto prazo e não um declínio a longo prazo.

O maior erro que os observadores e investidores da indústria cometem é presumir que esta correção sinaliza um declínio permanente. Se os analistas tivessem abandonado o álcool após a gripe espanhola, teriam perdido os loucos anos 20. Se a tivessem anulado durante a Lei Seca, não teriam conseguido antecipar o seu ressurgimento no momento em que a proibição foi levantada. Se tivessem entrado em pânico durante a febre do baixo teor de carboidratos, teriam ignorado a explosão de coquetéis artesanais e destilados premium. Todas as grandes mudanças no comportamento do consumidor levaram a previsões do fim da indústria – mas a indústria sempre recuperou, mais forte do que antes.

Desta vez não é diferente. O verdadeiro erro não está no ajustamento do mercado – está em não o reconhecer pelo que ele é: temporário e necessário.

Fonte e saiba mais em: https://www.thespiritsbusiness.com/2025/02/fawn-weaver-stop-saying-the-spirits-industry-is-in-decline-its-not/#:~:text=The%20market%20is%20correcting%2C%20not%20collapsing.&text=It%20is%20true%20that%20consumers,travel%20resumed%2C%20this%20habit%20declined.


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