quinta-feira, 2 de maio de 2024

Gestão de riscos em cervejarias brasileiras

 Risco de mudanças climáticas: o risco fora do radar.


Como profissional da área de Governança, Riscos e Compliance, costumo mencionar em artigos relacionados, diversos riscos existentes em diferentes setores da economia, incluindo o segmento de bebidas.

Dentre os riscos, cito como por exemplo, perdas de volume e market share, perdas por preço, ações da concorrência, quebra de máquinas e equipamentos, riscos tributários e fiscais, riscos de meio ambiente, saúde e segurança, contaminação humana, danos à imagem e a reputação, TI e Cyber. Esses são os mais evidentes e comuns nas empresas. Porém, há um risco que tem cada vez mais se destacado e que antes não estava no radar das organizações: o risco de mudança climática.

O sul do Brasil é uma área de convergência climática crítica. Naquele ambiente, o frio antártico se encontra com calor do centro-oeste, mais os ventos do oceano causando pressões atmosféricas e repentinos ciclones extratropicais, tufões, vendavais e, consequentemente, danos e perdas de patrimônio e vidas são impactados. Para piorar a situação a mudança abrupta do clima provoca fortes chuvas e enchentes. Nesse sentido uma série de desastres, quando analisados em conjunto, se tornam em uma verdadeira catástrofe. É um total descalabro. Rodovias são interditadas, o abastecimento de água potável é cortado, a energia elétrica é rompida, o suprimento se torna limitado ou até escasso. 

O governo não dá conta do recado, mesmo com o melhor plano de crises e contingências em mãos. Esse se vê obrigado a emitir um Decreto de Calamidade. A ajuda humanitária, nesses momentos, se torna essencial. Afinal, vivemos em sociedade, temos que ajudar uns aos outros. (Esse cenário é muito semelhante ao que acontece na região da Flórida, Estados Unidos. Oficialmente a temporada de furacão na Flórida é nos meses de junho a novembro. Os últimos registros mostram que os meses mais impactados são agosto, setembro e outubro. Esses são os meses com maior probabilidade de formação de tempestades e furacões.) O um ritual que se repete a cada ano.

Após ler o noticiário da CNN, mais de 154 cidades foram atingidas devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Sabendo que esse estado é um dos grandes produtores de cerveja artesanal, tendo em vista o número de fabricantes, certamente esses estão sendo impactados de alguma forma. Por exemplo, a cervejaria Blaut Beer, de Farroupilha anunciou no seu canal do Instagram a interrupção momentânea das atividades pré-feriado do 1º de Maio em decorrência das fortes chuvas. Imagina-se que outras cervejarias tiveram que fazer o mesmo.

As observações acima levam a um caminho: faça um benchmarking, coloque o tema na pauta da reunião dos sócios e acionistas, construa o seu mapa de riscos, considerando os riscos climáticos (inclua também as fortes secas.). Crie mecanismos de mitigação de riscos, físicos e digitais e, acima de tudo, considere incluir a avaliação desse risco pelo corretor, quando for adquirir uma apólice de seguros para amenizar os impactos, compartilhando o risco com uma seguradora de primeira linha.

Desejo, aos amigos da cadeia de cervejeira (agricultores, empresas de logística, fornecedores) e cervejeiros do Rio Grande do Sul sorte e recuperação rápida em suas operações incluindo parceiros, clientes e empregados. Me solidarizo.

 #pelosatelite #avecesarco #gestaoderiscos #chuvasRS

 Saiba mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/05/02/brasil-tem-8-das-10-cidades-com-mais-chuvas-no-mundo-em-24h-mostra-ogimet.htm?cmpid=copiaecola

https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/chuvas-no-rs-governo-confirma-29-mortes-e-60-desaparecidos/  


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