por Henrique Oliveira *
Ao explorar os principais relatórios de riscos publicados globalmente, como o “2025 Global Risk Report” do World Economic Forum, ou ainda “Top Risks 2025” da Eurasia Group, o mundo corporativo cada vez mais dinâmico, incerto e com mudanças políticas e regulatórias abruptas, (basta ver os movimentos geoeconômicos acontecendo de forma impactante na América do Norte, na China e na Rússia) a governança, riscos e compliance (GRC) se tornaram pilares essenciais para manter a sustentabilidade e gerar valor de sucesso das organizações.
No entanto, uma das maiores dores
enfrentadas por profissionais da área é a adaptação contínua às mudanças
regulatórias e a garantia de conformidade sem comprometer a eficiência
operacional. Ao longo da minha carreira, tenho observado que a conformidade não
é apenas uma questão de seguir regras, mas de integrar essas diretrizes aos
processos táticos e operacionais, de forma que agreguem valor ao negócio. A Lei
Sarbanes-Oxley e as Diretivas da União Europeia, por exemplo, trouxeram
desafios significativos, entretanto também promoveram oportunidades para
fortalecer o ambiente de controles internos, além de solidificar uma cultura de
transparência. Nesse sentido, uma das principais dificuldades que enfrentadas é
a gestão de riscos, em um ambiente regulatório em constante evolução. As
mudanças nas leis, normas e diretivas podem ser repentinas e complexas,
exigindo que as empresas reajam rapidamente para evitar penalidades e danos à
reputação. Para mitigar esses riscos, é crucial desenvolver uma estratégia de
compliance proativa e ambidestra, que inclua monitoramento contínuo (sobretudo
do ambiente externo) e ajustes ágeis nas políticas internas que promovam maior
velocidade nas tomadas de decisão e ação.
A implementação de tecnologias de
automação e análise de dados tem se mostrado uma solução eficaz para lidar com
essas demandas. Ferramentas de GRC integradas permitem a identificação precoce
de riscos e a geração de relatórios precisos, facilitando a tomada de decisões
informadas. Adicionalmente, a automação de processos repetitivos libera
recursos humanos para se concentrarem em atividades estratégicas, ou seja,
trocando rotinas corriqueiras por pensamentos de médio e longo prazos. Parar
para pensar no que é essencial e oportuno. Outro aspecto vital é a cultura
organizacional. Promover um ambiente em que todos os colaboradores compreendam
a importância da conformidade e se sintam responsáveis por esta é essencial.
Programas de treinamento e conscientização são fundamentais para capacitar as
equipes a identificar e relatar violações, criando uma linha de defesa robusta
contra riscos internos e externos.
Em um dos projetos que tomei
frente, com foco em riscos e compliance, introduzimos uma empresa terceira para
varredura de depósitos recursais, o que resultou em entradas inesperadas no
fluxo de caixa da empresa. Essa iniciativa não apenas otimizou recursos
financeiros, mas também destacou a importância de práticas de compliance
inovadoras, fora da caixa, que geram valor e que sejam eficazes. Por fim, a
comunicação com órgãos reguladores e partes interessadas deve ser clara e
eficiente. Manter um diálogo aberto e transparente ajuda a construir confiança
e facilita a navegação em situações complexas. Não menos importante, relatórios
detalhados e insights estratégicos são ferramentas poderosas para alinhar as
expectativas dos stakeholders com os objetivos corporativos. Em suma: GRC tem
que estar na estratégia organizacional. (Sem sombra de dúvidas.)
Finalizando, convido você,
leitor, a compartilhar suas experiências e desafios na área de Governança,
Riscos e Compliance. Vamos nos conectar e trocar ideias sobre como podemos
continuar a inovar e superar as barreiras da conformidade em um mundo em constante
transformação. Sinta-se à vontade para me contatar aqui no LinkedIn para
discutirmos essas questões e explorarmos soluções colaborativas.
Saudações.
(*) - Henrique Oliveira é professor e Executivo de Governança, Riscos e Compliance
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