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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Marco Falcone


Marco Falcone: O Brasil perde um ícone da cerveja do Novo Milênio 

É com pesar que me despeço do amigo e mestre cervejeiro, da "velha guarda" Marco Falcone. Ele nos deixa de forma precoce, aos 60, cedo demais. Marco foi um dos protagonistas da cerveja em Minas no Novo Milênio, por meio de sua cervejaria Falke Bier e por tantos outros caminhos no Brasil e no exterior, englobando o universo acadêmico, setorial e profissional. Marco instruiu muita gente e batalhou para que a cultura cervejeira familiar, artesanal, de baixa escala fosse consolidada no Brasil.

Por meio da Falke Bier, o mestre cervejeiro refez a sua antiga cerveja caseira de nome "Áquila" se transformar em realidade, na chácara da família no Vale do Ouro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Das cervejas Falke Pilsen, Red Baron, Ouro Preto, Estrada Real, várias ganharam prêmios e continuam agradar os cervejeiros mais exigentes. Ministrou aulas, fez palestras, foi jurado de concursos, fez entrevistas, contou boas histórias. Estava sempre presente em momentos importantes relacionados ao tema cerveja e cervejarias. Foi membro de diversos órgãos representativos, como o Sindbebidas e a Febracerva. 

De mim, tenho um sentimento de perda. Marco escreveu o prefácio do meu livro Brasil Beer, lançado pela Editora Autêntica. Juntos, consolidamos o legado da Associação de Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais, a ACervA Mineira, com mais um bando de gente boa e entusiasmada.
Nos encontramos em vários cantos do Brasil e até na Europa, mais precisamente na Bélgica (esse capítulo, merece uma história a parte) e até fizemos filmagens sobre a cultura cervejeira . Rimos, reivindicamos, batalhamos e discutimos e, certamente, celebramos muito.

Deixo o meu abraço fraterno a Família Falke Bier, aos seus irmãos, Juliana e Ronaldo Falcone, seus familiares (incluindo Amaury e a Edna) e aos seus filhos que tanto admiro, Rafael, Max e Tiago Falcone que estão seguindo o legado do pai, fazendo cervejas incríveis.

Coloco aqui um link de um programa que fizemos juntos. "Brinquedos de Luxo", sobre a cerveja Vivre Pour Vivre (
https://www.facebook.com/watch/?v=888725878578904)

Adiciono também o nosso último trabalho cultural que foi a "História da Cerveja em Belo Horizonte", ao qual contou com alguns ícones da cerveja da Capital, como Herwig Gangl, Rodrigo Ferraz, Alfredo Figueiredo, Fabiana Bontempo, Ludmila Fontainha, Túlio Pinto e Bruno Orsini.



Marco, obrigado por tudo. Um eterno brinde! Sentiremos a sua falta.

#marcofalcone #pelosatelite #falkebier #culturacervejeira

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

A História da Cerveja em Belo Horizonte

Lançamento do documentário sobre a história da Cerveja Artesanal em Belo Horizonte

 O Sommelier de cerveja Bruno Orsini realiza projeto trazendo o resgate histórico da cerveja artesanal na capital mineira.

No dia 20 de setembro(segunda-feira) às 14h30, acontecerá o lançamento do documentário "História da Cerveja Artesanal em Belo Horizonte”. Devido às medidas de isolamento social que ainda se fazem necessárias, o evento será transmitido online através do canal do youtube da cervejaria Falke Bier. (https://youtu.be/xFvFKveAPo4)  A realização do projeto é da produtora Cerveja Sustentável.

De acordo com Bruno Orsini, sommelier de cerveja e fundador do projeto,o objetivo do filme é a propagação da cultura cervejeira Belo Horizontina e de recuperação da imagem do mercado das cervejas artesanais locais, afirma Orsini.

O filme conta com a presença de grandes personalidades da história gastro-cervejeira da capital como: Rodrigo Ferraz (diretor geral do projeto Fartura, gestor do festival gastronômico de Tiradentes), Marco Falcone (proprietário da cervejaria Falke Bier, Presidente da Febracerva -Federação Brasileira de Cerveja Artesanal), Carlos Henrique: Mestre cervejeiro da Hofbrauhaus Belo Horizonte, Henrique Oliveira (Consultor e Autor do Livro Brasil Beer) e outros grandes nomes do mercado de cerveja artesanal mineira.

O canal do Youtube da Cervejaria Falke Bier possui uma programação disponível com o seu fundador e mestre cervejeiro Marco Falcone chamada “8 minutos com Falcone”, falando sobre o universo das cervejas com trinta e seis edições disponíveis. O filme faz parte desta série, fechando com chave de ouro a programação do canal.

As gravações ocorreram em diversos cenários cervejeiros e tradicionais da capital mineira como cervejarias (Krug Bier e Albanos), bares (Casa Falke e Albanos) e locais turísticos como a Serra do Curral (Espaço Vila da Serra).

Este projeto é realizado com patrocínio do chamamento: ‘Belo Horizonte 4 Estações’ da  Belotur - Prefeitura de Belo Horizonte.

Serviço: 

Lançamento do documentário sobre a história da Cerveja Artesanal em Belo Horizonte

Data: 20 de setembro de 2021.  Horário: 14h30

Transmitida no canal através do canal  Falke Bier.

Realização: Cerveja Sustentável

Assessoria de Imprensa: Paula Granja (31) 99649-2968.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Dia da Cerveja Artesanal Mineira

21 de dezembro: Dia da Cerveja Artesanal Mineira



O Dia da Cerveja Artesanal Mineira é comemorado no dia 21 de dezembro. A data foi instituída pela Lei nº 22.511, de 22 de junho de 2017.

Além do Dia da Cerveja Artesanal Mineira, existem outras datas comemorativas relacionadas à cerveja:

Dia Internacional da Cerveja

Comemorado na primeira sexta-feira de agosto, em mais de 80 países, incluindo o Brasil. A data foi criada em 2007 em Santa Cruz, na Califórnia, pelo norte-americano Jesse Avshalomov.

Dia da Cerveja Artesanal Poços-caldense

Comemorado na última sexta-feira de maio, em Poços de Caldas. A data foi criada para promover e valorizar a cultura cervejeira local e os produtores de cerveja artesanal.

Dia da Cerveja Artesanal Juiz-Forense

Um data para não esquecer: dia 27 de maio.

Comemore! 

Fonte; https://www.almg.gov.br/legislacao-mineira/texto/LEI/22511/2017/ 

segunda-feira, 30 de julho de 2018

As 6 cervejarias artesanais mais famosas de Minas Gerais

Conheça as 6 cervejarias artesanais mais famosas em Minas Gerais

Você sabia que existem diversas opções de cervejarias artesanais em Minas Gerais? São inúmeras marcas que estão se destacando cada vez mais no cenário nacional das cervejas.
Em Minas Gerais, esse modelo de produção está ganhando forças com empresas de alta qualidade, atraindo fãs do Brasil e do mundo, que visitam as diversas fábricas para degustação.
Que tal conhecer as principais cervejarias artesanais em Minas Gerais? Separamos uma lista com as fábricas do estado para você degustar!
Resumindo, o que é uma cerveja artesanal?
As cervejas artesanais são produzidas de maneira caseira, mesmo em microcervejarias que utilizam equipamentos modernos e engarrafam as suas produções. O termo surgiu devido ao cuidado das empresas em todos os processos da fabricação, desde a escolha dos ingredientes básicos, as receitas de preparo até os conservantes, que são todos naturais.
Quais são as principais cervejarias artesanais em Minas Gerais?
Você sabia que o estado mineiro carrega o apelido de Bélgica brasileira? E com reconhecimento internacional pelas suas cervejarias artesanais de alta qualidade?
Anote na sua agenda e reserve alguns dias do seu roteiro de folga para conhecer as fábricas dessas cervejarias artesanais em Minas Gerais. Confira.
1. Wäls
A Wäls lançou a sua primeira linha de cervejas artesanais em 2008, que foi inspirada em produtos da Bélgica e da República Tcheca. Apesar de recente, a marca já acumula uma medalha de ouro e uma de prata na Copa do Mundo da Cerveja, em 2014.
Atualmente a marca produz 19 linhas de cervejas artesanais, sendo uma das mais procuradas pelo público a Dubbel e Quadruppel. Quer conhecer mais sobre a empresa? Visite o Ateliê Wäls em Olhos D’água e faça o tour, que dura aproximadamente 40 minutos e oferece uma degustação dos produtos disponíveis.
2. Backer
Considerada pioneira no ramo de cervejarias artesanais em Minas Gerais, essa fábrica surgiu em 1999. Já são 17 cervejas em seu catálogo, cada uma com diferentes características.
O nível de qualidade dos produtos é tão alto que tornou a Backer uma das líderes do mercado em Belo Horizonte. Para degustar as cervejas artesanais da marca, visite o Templo do Cervejeiro, localizado na capital mineira.
3. Falke Bier
Fundada em 2004, a intenção dos seus donos é que a cerveja artesanal Falke se torne uma paixão e não um produto. São 7 linhas de produção, que incluem variados aromas e histórias por trás das receitas.
Para visitar a fábrica da Falke Bier, em Ribeirão das Neves, é preciso agendar a sua visita.
4. Verace
Preparada para produzir até 120 mil litros por mês, a marca, que surgiu do desejo de fabricar cervejas artesanais em casa, se tornou referência no território nacional. Seguindo uma linha de experiências sensoriais, a Verace possui 15 produtos diferentes, para todos os gostos. Localizada em Nova Lima, a fábrica da marca é aberta todos os sábados para a visitação do público. Acesse o site e agende o seu horário!
5. Fürst
Criada em 2013, a marca Fürst Beer tem o objetivo de se tornar referência de cervejarias artesanais em Minas Gerais até 2020. Atualmente, a capacidade da empresa é de produzir 80hL/mês em sua sede matriz e 30hL/mês na fábrica terceirizada em Belo Horizonte. São 6 linhas de produção fixas e 2 sazonais, a Oktoberfest e Wee Heavy. Devido às reformas, a Fürst não está recebendo visitas em suas fábricas, no entanto, essa opção deve ser restabelecida em breve.

6. Küd
A segunda cervejaria mais jovem da lista, fundada em 2010 e inspirada no rock’n’roll, a marca já está ganhando espaço de grandes nomes no mercado nacional e internacional.
São 6 linhas de cervejas produzidas com referências belgas, alemãs e inglesas. Além disso, a marca oferece 9 produções sazonais, pontos para a Tricks N’ Treats, criada especialmente para o Halloween.
Na Küd a visitação precisa ser agendada com antecedência, porém o visitante ganha o direito de degustar 3 chopes e leva uma taça para casa.
São diversas opções de cervejarias artesanais em Minas Gerais para você conhecer e degustar. Contudo, existe uma mensagem muito importante que devemos lembrar: se beber, não dirija!
Gostou de conhecer quais são as cervejarias artesanais em Minas Gerais? Continue a sua visita em nosso blog e descubra se vale a pena viajar com o carro próprio!

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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Falke Bier 14 anos

14 anos!

Retransmitimos com louvor a mensagem do mestre cervejeiro Marco Falcone, publicada por ele no Facebook, em comemoração aos 14 anos da Falke Bier:

"No dia 23 de abril de 2004 iniciávamos uma gloriosa e honrada batalha, a de revolucionar o mundo cervejeiro no país. Fabricar cervejas diferenciadas e mostrar ao consumidor que havia uma carga cultural e histórica ainda não desvendada ao consumidor brasileiro. 14 anos depois estamos recarregando os pulmões para uma nova fase, de crescimento, de novidades que consistirão certamente em um novo salto. Parabéns a todos que ajudaram e ajudam neste crescimento, parabéns aos colaboradores e sócios. Parabéns Falke!"

Parabéns à esta adolescente que tanto gostamos!

Um brinde!

terça-feira, 25 de julho de 2017

Cervejaria Falke Bier


Após expansão fabril, Falke coloca equipamentos de menor porte à venda

Retransmitimos a mensagem do mestre cervejeiro, Marco Falcone:
A Falke Bier esta colocando sua cozinha antiga em perfeito estado de funcionamento à venda! Ótima oportunidade!
1- Cozinha MEC BEER, 500 L, capacidade total de fervura 750L. e Tina Filtro (completa com bombas, tubulações, redutores e painel de controle)
2 - Trocador de calor a vapor e misturador de água quente para lavagem do mosto.
3 - Trocador de calor para esfriar o mosto.
4 - Sistema de água fria para mosto com compressor de frio e misturador e Bomba de água.
R$ 120.000,00
5 - Caldeira de 70kg/h de vapor, (GLP)
R$10.000,00

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Curso Cultura Cervejeira

Cervejeiro Marco Falcone estréia curso especializado em São Paulo


O professor Marco Falcone, da Falke Bier, traz para São Paulo seu curso de história da cerveja e cultura cervejeira, com degustação de seis rótulos harmonizados com queijos premium.

O fechamento será com a premiada e primeira tripel brasileira, a rolhada Monasterium, cerveja elaborada por Marco Falcone e Paulo Schiaveto, que é maturada ao som de canto gregoriano na cave da Falke Bier.

Oportunidade única em São Paulo!

Conteúdo programático e lista de rótulos e queijos no folheto anexo. São somente 20 vagas, em data única.

Quando: 15/07/2017, das 10h às 14h

Investimento: R$280,00

Inscrições: Sympla, ou diretamente na Mr. Beer Tutóia

Informações: tutoia@mrbeercervejas.com.br


segunda-feira, 3 de julho de 2017

Mapa Cervejeiro de Minas Gerais


Mapacervejeiro.com entra em sua segunda edição


Dia 27 de junho foi relançado o Mapa Cervejeiro de Minas Gerais, na uma ferramenta especial para o turismo cervejeiro no Estado mineiro. Com um editorial variado, fui convidado para falar um pouquinho sobre a história do setor na região das montanhas. Com a criação da Estela, o mapa teve o apoio das cervejarias Falke Bier, Bäcker, PubChopp, Prússia Bier, Gotter, Sátira, Aleluia, Loba. Os bares parceiros que também deram a sua contribuição foram Agosto Butiquim, Bar Sapucaí, Cervejaria Escola Mirante, Laviola Cervejaria de Catas Altas. O Centro Cervejeiro, Lamas Brew Shop BH e Confraria do Malte e a Água Minera Viva não ficaram para trás. O design ficou a cargo da Eh Up! Comunicação. A genialidade do mapa, seu conceito e processo ficou por conta da Estrela Brasil Produções e Eventos, (lê-se cervejeira Cindra Gomes) e tem o apoio institucional do Sindbebidas e patrocínio da Codemig.

O mapa é gratuito e está disponível nas lojas especializadas em cervejas e pontos turísticos em geral.

Aqui vai o Editorial Histórico do mapa:

A rota do novo descobrimento da cerveja

Ao longo dos séculos, Minas se tornou um solo arraigado de culturas, variante nas artes, na arquitetura e sobretudo na gastronomia, construída por nativos e complementada por imigrantes de diversas partes do mundo, em processos e tempos de imigração distintos. E foram esses imigrantes que trouxeram as bebidas espirituosas, fermentadas, ao qual se destacaram o vinho e a cerveja.

Desde 1841, a cerveja se fez presente em Minas através da primeira fábrica de licores e cervejas que se tem notícia, mais precisamente na Rua Direita, casa 45, em Ouro Preto. Ali talvez tenha sido o marco de um setor que, vinte anos depois se transformou num vultoso polo cervejeiro em Juiz de Fora.

Após a década de 1930, seja pela quebra da bolsa de nova-iorquina, seja pelo baixo preço do café nacional, as diversas cervejarias mineiras encerraram as suas atividades, levando o setor praticamente à estaca zero. O seu ressurgimento, na década de 1960, se firmou com indústrias de porte, lançadas inclusive em mercado de capitais, como a Cia. Alterosa de Cervejas e a CMC – Cia. Mineira de Cervejas. 

Apesar do esforço de ambas, Minas foi dominada pelas grandes empresas do eixo Rio-São Paulo, mas não seria esse o fim. 

O mineiro Luiz Otávio Possas também teve o seu forte protagonismo na história da cerveja em Minas Gerais com a criação da cervejaria Kaiser em 1980, que nasceu com a árdua missão de competir com a Brahma eAntarctica e, mesmo que só, manteve a chama ativa por alguns anos.

Porém, graças aos trabalhos incansáveis da Krug Bier e da Cervejaria Bäcker, ambas fundadas em 1997, a chama amarela da cerveja especial reascendeu em Minas, revitalizando o velho hábito de tomar uma cerveja da casa, com o olhar do dono, que gosta e sabe bem o que faz. A esse bom hábito, associado ao prazer de dividir, estudar e celebrar é o que chamamos de “cultura cervejeira” – que está brilhando em cada copo como nunca. É como se tomássemos um gole de luz, repleto de alegrias e felicitações.


Esse mapa é a luz que irá te iluminar em busca de uma boa cerveja, que te levará ao encontro de bons momentos e que encurtará a distância entre amigos que irá conhecer. Esse mapa, sintetiza a cultura cervejeira em Minas. Boa viagem! 


sexta-feira, 22 de julho de 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Marco Falcone

Um dos pioneiros da cerveja artesanal, Marco Falcone tornou-se referência na produção da bebida

Por Eduardo Tristão Girão

Outro dia, folheando Craft beer world, livro do especialista em cerveja Mark Dredge, Tiago Falcone exclamou com espanto: “Que isso, pai?! Você viu isso aqui?”. O jovem de 28 anos, hoje mestre-cervejeiro da Beavertown, na Inglaterra, é filho de Marco Falcone, um dos pioneiros da cerveja artesanal em Minas Gerais e figura central deste movimento no país, à frente da Falke Bier. Da sua fábrica, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sai a Monasterium, cerveja refinada (e premiada) que mereceu estar entre as 350 melhores do mundo, na opinião do tal autor gringo.

Esse é apenas um dos vários exemplos que comprovam, no papel, aquilo que pode ser observado na prática: Marco Falcone se transformou numa espécie de “paizão” dos cervejeiros brasileiros (dos que fazem e dos que bebem) e sua fama já chegou ao exterior, graças à forma generosa com que se dedica a difundir conhecimento e a defesa apaixonada do setor. Ele também é citado em outras obras importantes, como Mastering homebrew (cujo autor, Randy Mosher, se refere a ele como “xamã”) e The world atlas of beer, lá fora, e Cervejas, brejas e & birras e Brasil Beer, no Brasil.

Recentemente, num dos vários eventos cervejeiros de que participa Brasil afora, Falcone foi ao banheiro e, lá chegando, ouviu: “Pô, tô mijando ao lado do Marco Falcone!”. Ele acha graça de situações como essa e garante reagir sempre com bom humor e humildade. Tudo porque ele tem uma missão na cabeça: “Quando começamos, em 2004, não tínhamos a menor chance no mercado, pois as grandes cervejarias aniquilavam tudo. A partir do momento em que começamos a ensinar cerveja, tudo mudou. Fundamos confrarias e associações de cervejeiros caseiros aqui e em outros estados”. 
Ele conta que duas gigantes cervejeiras, Ambev e Brasil Kirin, já lhe procuraram para tentar comprar sua fábrica, propostas que ele assegura ter negado. “Faço o que quero. Hoje (quinta passada), por exemplo, vou participar de um grupo que vai beber só cervejas ácidas. Este ano, já viajei para vários lugares e, semana que vem, vou ao Espírito Santo para falar com o governo de lá, que implementará programa voltado à cerveja especial. Aliás, estou num projeto do governo mineiro que pretende transformar BH num polo mundial de cerveja. Estou disponível para essas coisas”, justifica.

A ordem é articular. Membro da diretoria do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas do Estado de Minas Gerais, Falcone também divide o tempo como professor na Escola Superior de Cerveja e Malte (Blumenau, SC), o Science of Beer Institute (Florianópolis, SC) e a Academia Sommelier de Cerveja, que fundou com outra expert do ramo, a jornalista Fabiana Arreguy, na capital mineira. Desde 2011, a dupla já formou cerca de 350 profissionais em cursos regulares e a décima turma está prestes a começar. Não raro, aparecem na cidade interessados vindos de longe para aprender – o último veio do Piauí.

“O sommelier de cerveja precisa ser, antes de tudo, um contador de história. É assim que se atrai as pessoas e que elas vão confiar no que você faz. Não estou aqui só para vender cerveja, mas para difundir cultura e fazer apologia do ideal ‘beba menos, beba melhor’”, diz. E, antes de qualquer comentário a respeito, emenda: “A cerveja, além de repor 37% das nossas necessidades alimentares, é uma bebida saudável, rica em vitaminas do complexo B, com teor alcoólico baixíssimo, promove alegria, azeita as relações, é o maior lubrificante social conhecido. Como diria Plutarco na Grécia antiga, ‘ela aumenta e alimenta as amizades’. Isso é cerveja”.

MEIA CALÇA - Não havia qualquer tradição na família de Falcone, que completará 53 anos neste sábado, em se tratando de cerveja. Ele sempre apreciou a bebida, mas resolveu cortá-la quando o primeiro dos três filhos, Tiago, nasceu. “Eu tinha 23 anos, era recém-casado e estava numa dureza danada. Precisava comprar leite e fralda”, lembra. Entretanto, amigos lhe disseram que havia na cidade um médico que costumava trazer matérias-primas da Alemanha para fazer cerveja em casa, o que significava, na prática, beber pela metade do preço. Foi assim que começou a fazer cerveja, no sítio dos pais, onde hoje está a Falke Bier.

“Todo mundo que viajava trazia livros ensinando a fazer cerveja para mim. E eu também inovava, né? Desenvolvi técnica de torrar malte em forma de pizza, dentro do forno doméstico mesmo, por exemplo. Além disso, reparei que todo fim de semana minha ex-mulher furava uma meia calça. Passei a usá-las de filtro para separar o bagaço do malte da parte líquida. Meus amigos apelidaram minha cerveja de ‘Vivarina’”, conta. No fim dos anos 1980, o “médico-fornecedor” se mudou da cidade e deixou “órfãos”, mas a semente da cultura cervejeira havia sido plantada.

Em 2000, quando ainda atuava como representante de empresa de medidores de energia, foi trabalhar numa feira do setor em Hanover, na Alemanha. Obviamente, foi beber cerveja na primeira oportunidade. “No primeiro gole, percebi que era igual a que eu fazia aqui. A gente achava que o que era bom era a Brahma, Skol e Antarctica. A minha, que ninguém conhecia, era considerada mais ou menos. Quando vi que a cerveja alemã era como a minha, peguei minha grana de reserva e passei três meses lá. Fui visitar cervejarias na Alemanha toda e em outros países da Europa”, lembra.

Retornou à cidade alemã nos três anos seguintes, sendo que, no último, voltou com o projeto da sua própria cervejaria na mala. Convenceu os irmãos Ronaldo (que tinha loja de conserto de moto) e Juliana (que trabalhava como secretária) a chutar o balde e usar as reservas da família para erguer a fábrica. Viraram sócios e começaram a vender o que, 12 anos atrás, era pouco difundido no estado: chope puro malte, sem adição de cereais não maltados como milho e arroz, usados pelas grandes marcas que dominam o mercado.

Com o tempo, o trio diversificou as receitas, ampliou os pontos de venda e apostou em garrafas. Pouco a pouco, vieram prêmios, como o Tecnobebida, de 2008, conferido à Monasterium, cerveja inspirada em receita de monges do século 19, maturada numa adega subterrânea e ao som de canto gregoriano, considerada o produto mais inovador do ano entre centenas de vinhos, cachaças, águas e outras cervejas. “Somos a primeira cervejaria brasileira a arrolhar cerveja numa garrafa de champanhe”, acrescenta Falcone. A propósito, também é deles a cerveja nacional mais cara do mercado, a Vivre pour Vivre, feita com jabuticaba e vendida a cerca de R$ 300.

Atualmente, a fábrica passa por ampliação e, em seis meses, a produção passará de 20 mil para 70 mil litros por ano. Paralelamente, dois de seus filhos solidificam a tradição cervejeira iniciada pelo pai: ano que vem, Tiago partirá para viagem de bicicleta produzindo cerveja ao longo de dois anos pela Europa, Estados Unidos e Ásia; por sua vez, Max, de 19 anos, é vendedor da Casa Olec (que comercializa insumos cervejeiros) e já dá aulas de fabricação caseira de cerveja. Ele não tem dúvida: “Se não agirmos, as grandes cervejarias vão botar uma pá de cal na gente”.

Em tempo, o cineasta Helvécio Ratton tem visitado a cervejaria de Falcone e há possibilidade de que seja feito um filme sobre o movimento cervejeiro nos moldes do que foi feito sobre o queijo minas artesanal.


sábado, 23 de maio de 2015

Brinquedos de Luxo










Falke Bier no programa "Brinquedos de Luxo"


Pessoal! 

Hoje acontece a reprise do programa "Brinquedos de Luxo" no Canal 34 (+GloboSat) da Sky e canais específicos NET e GVT, com destaque a cervejaria mineira, Falke Bier.

Nessa reprise que passa daqui a pouco às 20:30hs, mostra as bebidas mais luxuosas do mundo entre elas a cerveja Vivre pour Vivre da Falke Bier que aparece lá com muito requinte! 

Prestei meu depoimento sobre o assunto que foi muito bacana! Agradeço ao time da Falke pelo convite em dar um depoimento sobre a cerveja da Vivre pour Vivre, com o um olhar de consumidor e de beersommelier.

Com Marco Falcone, da Falke Bier e equipe! Não perca!

http://globosatplay.globo.com/globosat/brinquedos-de-luxo/






quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Uaiktoberfest 2014



Nova Lima apresenta mais um Oktoberfest

Na terceira semana de Outubro Nova Lima celebrará o evento cervejeiro mais esperado do ano! Trata-se do Uaiktoberfest, que entra em sua quarta edição! 

Nesse final de semana, entre os dias 17 e 19 de outubro, acontece a 4ª edição da UAIktoberfest, em Nova Lima, Minas Gerais. A festa mineira segue os moldes do festival da cerveja em Munique, na Alemanha, a famosa Oktoberfest, com direito a festival de danças típicas, comidas alemãs e mineiras, cursos e palestras e, é claro, muita cerveja artesanal. Entre as marcas, destacam-se as mineiras Krug, Falke, Backer e Wäls, a paulista Colorado, a escocesa BrewDog e a irlandesa Guinness.

O evento desse ano, que acontece na Rua Antônio Serafim da Silveira – Trevo do Mingu (atrás da rodoviária), terá local ampliado para que os cervejeiros possam aproveitar ao máximo todas as atrações.

A programação completa está no site da Uaiktoberfest.

Prost!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

UAI Pequi Ale


Essa India Pale Ale elaborada em parceira entre as cervejarias mineiras Falke Bier do trio de "mosqueteiros" Ronaldo, Marco e Juliana Falcone  e Wäls do quarteto Miguel, Ustane, Jota Felipes e Tiaguinho, tem um sabor muito peculiar da uma fruta da região do cerrado brasileiro e abundante no norte de Minas, o Pequi. O sabor e aromas são muito intensos e prazerosos. Vale cada centavo

Sua brassagem contou com a presença de diversos cervejeiros da região mineira (Felipe Viegas, Herwig Gangl) e internacionais ao qual destaco, Fal Allen mestre cervejeiro da Anderson Valley Brewing Company.

O design do rótulo foi desenvolvido pela fcgdesign.com, do artista gráfico Fabio Guimarães.

A cerveja trata-se de uma tiragem limitada. Aproveite!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sabará Rock Beer


Sabará Rock Beer : um encontro de cervejeiros, 
amantes da boa música e gastronomia local

Dentro das comemorações que antecedem o Carnaval de Sabará, 
acontecerá nos próximos dias 21, 22 e 23 de fevereiro o “Sabará 
Rock Beer”. O evento será realizado no Largo do Marquês (antigo Ferro 
Velho). Com um conceito inovador, o evento pretende movimentar ainda 
mais o último final de semana de pré-carnaval na cidade. A Prefeitura 
Municipal, através da Secretaria de Turismo trará em um único espaço 
 diferenciada, valorizando os pratos típicos da nossa região, além é claro, 
de trazer ótimas atrações musicais do cenário do rock mineiro.

Dentre as atrações culturais, já são presença confirmada as bandas Pedra 
Lascada com os clássicos do rock (sexta-feira), o cantor e compositor 
Bauxita junto da Banda Rock Machine (sábado) e a Banda Seu Madruga
 com o melhor do cover AC/DC (domingo). Demais grupos locais e da região 
metropolitana irão complementar as atrações do evento, que terá como
programação oficial os seguintes horários: sexta-feira das 18h às 01h, 
sábado das 14h às 02h e domingo das 12h às 21h.

O evento terá o melhor das cervejas artesanais, trazendo rótulos como
os das cervejarias Wäls, Bäcker, Krug Bier, VMBier, Küd, Jambreiro
Vinil, Grimor, Ouropretana, Capa Preta, Do Monge e Falke Bier. Para
 acompanhamento espaços destinados a restaurantes e representantes
da cozinha local com vários pratos tradicionais da cidade, a base do 
ora-pro-nobis, da jabuticaba e da banana, além dos maravilhosos petiscos 
como o bolinho de feijão, churrasco e outros. E tudo isto com entrada 
gratuita, em um ambiente familiar, aconchegante e descontraído, com 
muito lazer, conforto e segurança. 

Mais informações e programação completa na página do 
facebook do evento: “Sabará Rock Beer” ou ainda pelo 
telefone (31) 3671-1403.

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Turismo Cervejeiro Minas Gerais

BH entra no caminho das cervejas artesanaisFabricantes criam roteiro turístico para consumidores conhecerem processo de fabricação da bebida em BH

Publicação: 23/08/2013 06:00 Atualização: 23/08/2013 06:42

Em setembro, a Belotur lança guia turístico da cidade e o circuito da cerveja artesanal será oficialmente incluído no roteiro da cidade.  (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Em setembro, a Belotur lança guia turístico da cidade e o circuito da cerveja artesanal será oficialmente incluído no roteiro da cidade.


Antes de chegar ao copo do consumidor a bebida fabricada na Grande BH é mantida por 70 dias em adega subterrânea a uma temperatura constante de 19 graus. Não é curtida no silêncio dos tonéis, mas embalada pelo som terapêutico dos cantos gregorianos, etapa que antecede seu envasamento em garrafas de champanhe. Apesar da embalagem, não se trata de uma bebida francesa, mas da Monasterium, um entre os diversos rótulos da cerveja artesanal produzida em Minas. Apreciada pelo brasileiro as fábricas gourmet multiplicaram nos últimos cinco anos, transformando a capital em um espécie de “Bélgica brasileira.” A rota da cerveja é o mais novo roteiro turístico da capital. Ao custo de R$ 160, é possível aprender sobre o processo de fabricação da iguaria, passear pelas fábricas, degustar dezenas de rótulos, com direito a café da manhã e almoço genuinamente cervejeiros. 

Há cinco anos eram quatro microfábricas no estado, segundo levantamento do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral (Sindbebidas-MG). Hoje são 30, sendo 16 na Grande BH. Minas já é o terceiro maior fabricante nacional da espécie, produzida com receitas originais que podem levar em sua composição ingredientes típicos como a jabuticaba, rapadura e o caldo de cana de açúcar. A fabricação mensal do estado atinge 600 mil litros, que agora poderão ser degustados por turistas de todo o mundo, como ocorre com a rota do vinho no Sul do país. Em setembro, a Belotur lança guia turístico da cidade. “O circuito da cerveja artesanal será oficialmente incluído no roteiro da cidade, com endereços e detalhes do produto encontrado em cada fábrica”, explica o presidente da instituição Mauro Werkema. 

Falcone, mestre cervejeiro da Falk Bier, fábrica, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, que está na rota cervejeira e investe R$ 1 milhão na ampliação da capacidade produtiva que passará de 10 mil litros/mês para 60 mil litros mensais.  (Joao Miranda/Esp. EM/D.A)
Falcone, mestre cervejeiro da Falk Bier, fábrica, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, que está na rota cervejeira e investe R$ 1 milhão na ampliação da capacidade produtiva que passará de 10 mil litros/mês para 60 mil litros mensais.
A cervejaria Backer, que funciona no Bairro Olhos D’água, começou há 15 anos com produção para abastecer estabelecimento comercial próprio. Agora fabrica 245 mil litros/mês de 10 estilos diferentes do produto artesanal. Vende para todo o país e exporta para os Estados Unidos. A cervejaria, que já faz parte do roteiro turístico, está investindo R$ 5 milhões na ampliação do seu parque, especialmente para receber os visitantes. “Teremos um restaurante com capacidade para atender 300 pessoas, loja de souverniers, loja para homebrew (fabricação de cerveja em casa)”, diz Paula Lebbos, diretora de Marketing da cervejaria. Segundo ela, a inauguração será no ano que vem e o turista vai acompanhar o processo de fabricação e ainda participar de palestras. 

“As receitas de Minas são inéditas, fabricadas com conhecimento, inovação e criatividade, aplaudido por grande fabricantes mundiais”, diz Marco Antônio Falcone, diretor do Sindbebidas e proprietário da Falk Bier. A fábrica, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, está na rota cervejeira e investe R$ 1 milhão na ampliação da capacidade produtiva que passará de 10 mil litros/mês para 60 mil litros mensais. Falcone, que fabrica a cerveja Monasterium, garante que o canto gregoriano não é apenas um charme. “Em experiências constatamos que as leveduras que escutam a música têm menor taxa de mortalidade.” De acordo com o especialista, o resultado é uma bebida com aroma agradável que tem conquistado o público. 

O roteiro com visita a pelo menos seis cervejarias já está aberto. “Temos várias opções de programa na Bélgica brasileira”, diz Fernanda Fonseca, proprietária da Libertas Viagens e Experiências. Ela diz que geralmente o turista escolhe conhecer de duas a três cervejarias por dia, em que conhece todo o processo de fabricação da famosa cerveja. “A demanda cresce ao ritmo de 20% ao mês.”

FESTIVAL Em 6 e 7 de setembro, os interessados em investir neste mercado poderão aprender mais sobre o processo artesanal no Festival de Cervejas Artesanais, Minas Mix Beer, que vai ocorrer na Serraria Souza Pinto, evento que também entrou para o calendário oficial da cidade. Segundo Cindra Gomes, organizadora do festival, a expectativa é que 8 mil pessoas passem pelo local, movimentando R$ 1 milhão em negócios.

domingo, 7 de outubro de 2012

Cervejas de Minas


A vez das mineiras
Crescimento. Festivais no mês de outubro ressaltam a valorização das cervejas artesanais mineiras, apontadas como de vanguarda por especialistas.
Quando os dias quentes anunciam a chegada do fim do ano e suas tradicionais festas, os fabricantes de cerveja comemoram porque é época de vender muito. Mas, para além das bebidas mais comerciais, uma parte desse mercado anda mais interessada em propagar outro tipo de consumo, faça chuva ou sol: trata-se dos cervejeiros que produzem aquelas feitas artesanalmente, produtos que conquistaram o mercado nacional e, atualmente, atingem seu melhor momento em Minas.

Prova disso é a realização de dois eventos, num mesmo mês, que devem mobilizar o setor. O primeiro, o Festival de Cervejas Artesanais de Tiradentes, começa na próxima quinta-feira, na cidade histórica do Campo das Vertentes. Já a segunda edição do Uaiktoberfestt, inspirado no festival alemão, chega em Nova Lima no dias 19, 20 e 21.
"Esses eventos são fundamentais para a formação de um novo público. E eu digo com segurança: a pessoa que experimenta uma cerveja artesanal percebe que perdeu tempo de vida degustando as industriais, porque as artesanais são mais complexas e saborosas", defende o diretor do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas-MG), Marco Falcone, ele mesmo cervejeiro profissional, sócio da Falke Bier.

Falcone conta que os eventos só foram possíveis após a projeção que o Estado conseguiu em âmbito nacional. "Minas não tem o maior número de produtores de cervejas artesanais, mas estamos na vanguarda porque produzimos o maior número de estilos. A ousadia é o nosso ponto forte", diz.

A diferenciação dos estilos é realmente um capítulo à parte nas cervejarias mineiras. A Inconfidentes, por exemplo, mais nova a conseguir autorização para produção em larga escala, já nasce congregando seis tipos distintos. "Nossa cervejaria é a junção de três grupos de produtores caseiros, Grimor, Jambreiro e Vinil. Temos ao menos 15 receitas de estilos diferentes, mas vamos começar lançando seis tipos, dois para cada marca", conta o empresário Fabrício Bastos.

Atualmente, dentre os estilos mais produzidos em Minas Gerais estão as que englobam o grupo das Ales, de alta fermentação com toques frutados, maltadas, lupuladas e, por isso, mais amargas (só nesse grupo há mais de dez subdivisões), que fazem uma evidente contraposição às brejas mais comerciais do estilo lagers, que congrega as pilsens, mais leves.

Mas, afinal, o que colocou o Estado nesse pioneirismo? Para Falcone, a difusão de pesquisas e de conhecimento histórico é uma das respostas (ele mesmo ministra, ao lado da jornalista Fabiana Arreguy, do programa "Pão e Cerveja", da CBN, um curso de beer sommelier, que já está em segunda edição). Segundo ele, os cervejeiros mineiros buscam resgatar as receitas tradicionais, além da criação de sabores próprios com ingredientes típicos. "Só para se ter ideia, por mais de 2.000 anos, a Europa consumiu cervejas com ervas. Mas as igrejas protestantes barraram isso para minar a força da Igreja Católica, que detinha as especiarias. O que nós fazemos é um trabalho de pesquisa e de redescoberta das cervejas", conta.

Nesse processo, Minas Gerais produz, hoje, rótulos, por exemplo, com toques de café, cacau, jabuticaba. Os produtores caseiros (termo dado pela Associação dos Cervejeiros Artesanais para designar os que não possuem autorização do Ministério da Agricultura para comercializar as bebidas) costumam ser ainda mais ousados, e, em eventos, apresentam bebidas com doce de leite e polvilho, por exemplo.

"As cervejas mineiras são tão boas como as importadas ou até melhores se pensarmos que elas não perdem sabor na viagem", reafirma o proprietário do Reduto da Cerveja, Daniel Cosendey.

Na visão do empresário Juliano Mello, proprietário do bar Rima dos Sabores, que comercializa diversos rótulos de cervejas artesanais, outra característica da personalidade do belo-horizontino tem interferido para o momento de ascensão. "Ao contrário do que falam, o mineiro não é conservador: ele gosta de novidade. Isso estimula que os cervejeiros busquem as novas receitas", acredita. A boa relação entre os cervejeiros é apontada por ele como outro ponto positivo. "O pessoal não amarra informação. Se alguém quer produzir sua cerveja em casa, todos os pequenos empresários vão estimular", diz.

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