BH entra no caminho das cervejas artesanaisFabricantes criam roteiro turístico para consumidores conhecerem processo de fabricação da bebida em BH
Publicação: 23/08/2013 06:00 Atualização: 23/08/2013 06:42
Em setembro, a Belotur lança guia turístico da cidade e o circuito da cerveja artesanal será oficialmente incluído no roteiro da cidade. |
Antes de chegar ao copo do consumidor a bebida fabricada na Grande BH é mantida por 70 dias em adega subterrânea a uma temperatura constante de 19 graus. Não é curtida no silêncio dos tonéis, mas embalada pelo som terapêutico dos cantos gregorianos, etapa que antecede seu envasamento em garrafas de champanhe. Apesar da embalagem, não se trata de uma bebida francesa, mas da Monasterium, um entre os diversos rótulos da cerveja artesanal produzida em Minas. Apreciada pelo brasileiro as fábricas gourmet multiplicaram nos últimos cinco anos, transformando a capital em um espécie de “Bélgica brasileira.” A rota da cerveja é o mais novo roteiro turístico da capital. Ao custo de R$ 160, é possível aprender sobre o processo de fabricação da iguaria, passear pelas fábricas, degustar dezenas de rótulos, com direito a café da manhã e almoço genuinamente cervejeiros.
Há cinco anos eram quatro microfábricas no estado, segundo levantamento do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral (Sindbebidas-MG). Hoje são 30, sendo 16 na Grande BH. Minas já é o terceiro maior fabricante nacional da espécie, produzida com receitas originais que podem levar em sua composição ingredientes típicos como a jabuticaba, rapadura e o caldo de cana de açúcar. A fabricação mensal do estado atinge 600 mil litros, que agora poderão ser degustados por turistas de todo o mundo, como ocorre com a rota do vinho no Sul do país. Em setembro, a Belotur lança guia turístico da cidade. “O circuito da cerveja artesanal será oficialmente incluído no roteiro da cidade, com endereços e detalhes do produto encontrado em cada fábrica”, explica o presidente da instituição Mauro Werkema.
Falcone, mestre cervejeiro da Falk Bier, fábrica, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, que está na rota cervejeira e investe R$ 1 milhão na ampliação da capacidade produtiva que passará de 10 mil litros/mês para 60 mil litros mensais. |
“As receitas de Minas são inéditas, fabricadas com conhecimento, inovação e criatividade, aplaudido por grande fabricantes mundiais”, diz Marco Antônio Falcone, diretor do Sindbebidas e proprietário da Falk Bier. A fábrica, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, está na rota cervejeira e investe R$ 1 milhão na ampliação da capacidade produtiva que passará de 10 mil litros/mês para 60 mil litros mensais. Falcone, que fabrica a cerveja Monasterium, garante que o canto gregoriano não é apenas um charme. “Em experiências constatamos que as leveduras que escutam a música têm menor taxa de mortalidade.” De acordo com o especialista, o resultado é uma bebida com aroma agradável que tem conquistado o público.
O roteiro com visita a pelo menos seis cervejarias já está aberto. “Temos várias opções de programa na Bélgica brasileira”, diz Fernanda Fonseca, proprietária da Libertas Viagens e Experiências. Ela diz que geralmente o turista escolhe conhecer de duas a três cervejarias por dia, em que conhece todo o processo de fabricação da famosa cerveja. “A demanda cresce ao ritmo de 20% ao mês.”
FESTIVAL Em 6 e 7 de setembro, os interessados em investir neste mercado poderão aprender mais sobre o processo artesanal no Festival de Cervejas Artesanais, Minas Mix Beer, que vai ocorrer na Serraria Souza Pinto, evento que também entrou para o calendário oficial da cidade. Segundo Cindra Gomes, organizadora do festival, a expectativa é que 8 mil pessoas passem pelo local, movimentando R$ 1 milhão em negócios.
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