Promissor mercado das cervejas
artesanais atrai cada vez mais empreendedores
Interesse cada vez
maior do consumidor fez nascer um mercado que pode chegar a 2,5 mil
microcervejarias
por GISELE TAMAMAR,
ESTADÃO PME
A cerveja hoje não é mais só clara ou escura. Palavrinhas
complicadas como pale ale, stout e weissbier passaram a fazer parte do
vocabulário de quem aprecia a bebida e essa mudança de comportamento do
consumidor ajuda a movimentar um setor em crescimento no País. E esse número
cada vez maior de especialistas e curiosos em experimentar sabores diferentes
formou um mercado bastante promissor.
Para quem pensa em começar, o caminho natural é a produção
da própria cerveja. A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) estima que
existem hoje cerca de 200 microcervejarias em atividade, mas elas representam
apenas 0,15% do setor cervejeiro nacional, dominado por grandes empresas. “Nos
Estados Unidos existem 2,4 mil. Há 30 anos, eles começaram com 90. Se o Brasil
seguir a mesma proporção de consumo e vendas, podemos chegar a 2,5 mil em 20
anos”, afirma Luiz Vicente Mendes, diretor da feira Brasil Bier e um dos
especialistas no segmento.
Ele não é o único otimista. O empresário austríaco Herwig
Gangl enxerga um grande potencial no Brasil. Há 16 anos, ele abriu a cervejaria
Krug para vender chope e, em 2004, passou a produzir a cerveja Áustria em Minas
Gerais. “O mercado aumentou muito nos últimos anos. A juventude adotou a
cerveja especial, o que significa que o futuro é muito promissor”, avalia
Gangl, que produz 200 mil litros por mês.
Começar uma cervejaria exige investimento inicial mínimo de
R$ 200 mil. Mas uma alternativa – já adotada por alguns empreendedores – é
alugar espaços de indústrias já existentes. Essa foi a tática adotada pelos
irmãos David, Rafael e Alexandre Michelsohn, os criadores da cerveja Júpiter.
O modelo de cervejaria ‘cigana’, como o mercado convencionou
chamar esse tipo de operação descentralizada, levou a produção do primeiro
rótulo da empresa familiar em Serra Negra, cidade do interior de São Paulo. A
segunda cerveja do trio, porém, será fabricada em Ribeirão Preto.
“Você não arrisca muito dinheiro de uma vez só. E se eu
precisar de financiamento, a chance de conseguir é maior se tenho um negócio
com histórico positivo”, conta David. Até o fim do ano, o trio deve desembolsar
R$ 100 mil só para o lançamento dos dois produtos.
Exterior. Outro segmento promissor para quem pensa em
empreender é o de importação – muito em função do mercado, na Europa e nos
Estados Unidos, estar mais maduro. Os irmãos Luis Felipe e Leonardo Brandalise
são sócios da Birgit e aproveitam o conhecimento da língua, e do setor, para
trazer cervejas da Alemanha.
“Importação é uma coisa cara. A parte ‘social’ de trabalhar
com cerveja, que é a ponta de iceberg, que seus amigos enxergam, é a que faz
valer a pena a parte de baixo do iceberg que ninguém vê, que é a de importação,
de carregar caixas e outras coisas”, diz Luis, que começou o negócio com R$ 400
mil.
Mas não é só de líquido que vive esse mercado, afinal, uma cerveja especial pressupõe que o apreciador a deguste em um copo especial. A empresa H Martin atua com decoração de taças e soube aproveitar bem a expansão desse mercado. “Atendemos desde as gigantes até as microcervejarias”, afirma um dos sócios, Jean Martin.
Fonte: http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,promissor-mercado-das-cervejas-artesanais-atrai-cada-vez-mais-empreendedores,3463,0.htm
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