Noé, o Comitê Tático de Crises, e a luta contra o dilúvio do Corona
Dando uma conotação bíblica e genesíaca ao tema,
Deus, principal executivo do Comitê de Gestão de Crises no mundo em que vivemos,
disse à Noé: - “construa a arca, pois o dilúvio estará por vir, e você deve garantir
a fertilidade na terra”. Será um dilúvio de 40 dias e 40 noites”. E lá foi Noé que,
junto com sua família, montou um Comitê Tático de Crises para pôr a mão na
massa. Partiram todos por construir a
arca, recepcionar os animais e comandá-la no momento do grande dilúvio. E
assim, a equipe fez. E a medida que a notícia foi crescendo, os boatos
aumentando, o sentimento ruim alastrando, os animais foram chegando, dois a
dois, em casais, pensando no futuro da perpetuação da espécie. Os tolos, que
não entenderam o que estava ocorrendo, resolveram dar as costas, ou ainda
criticar os atos de Noé.
É desta forma que o cenário atual de crise
sobre o Corona Vírus está no Brasil. Nosso principal representante acha que é
uma falácia da mídia, um excesso talvez. Um conceituado gastrônomo nacional
idem. Boa parte dos cidadãos andam displicentes, acreditando que, por onde
transitam, ou convivem não há riscos de contaminação por um vírus minúsculo e
transparente, ou no final das contas, tudo se refere a mais uma gripe qualquer.
Ledo engano.
O cenário é de dilúvio, em não em formato de
chuva e sim de espirro. É critico; está rodeado de incertezas e é fatal. É nesta
esteira que as organizações vêm criando os Comitês Táticos de Crises, para
fazer acontecer. É nesse grupo que especialistas de diversas áreas (e.g.:
Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Riscos e Compliance, Supervisores de
Operação, TI, Supply Chain) se encontram em reuniões rápidas para apontar o que
está acontecendo no momento, visando tomar ações urgentes e imediatas. Essas
atitudes variam desde a aquisição de insumos básicos de higiene pessoal como
álcool gel, sabão, lenços umedecidos e papel toalha descartáveis, até a criação
de notas diárias de informação, como cartilhas e manuais de instruções, visando
o aculturamento e a proteção à saúde e a vida, além da disponibilização de
recursos de TI para que funcionários e terceiros possam exercer suas atividades
de forma remota, longe de aglomerações, reuniões presenciais ou ainda
permanecer em ambientes fechados. Os negócios serão mantidos, mesmo em escala
reduzida.
Não me delongando no assunto, a mensagem é
simples e tem que ser difundida de forma rápida: se você pertence a uma
organização que ainda não montou o seu respectivo Comitê Tático de Crises ou
equipe semelhante, corra até a alta direção e transmita este artigo (e os
muitos outros que se encontram nas mídias responsáveis). Empresas multinacionais
localizadas no Brasil estão recebendo ou já receberam recomendações de suas
matrizes e filiais que sofreram ou ainda estão sofrendo com os impactos da
contaminação do COVID-19 em larga escala, como na China e na Itália. Na América
do Sul, diversas fronteiras fecharam as suas portas, deixando passar apenas
mercadorias. Escolas fecharam. Executivos e membros do staff estão trabalho em
casa, no estilo home office. Até os estagiários foram dispensados. Trata-se de
uma atitude radical, de isolamento. (Isso não se confunde com férias). O
momento demanda permanecer em casa.
Em suma: avise
a chefia, pois ainda há tempo, mesmo que este esteja curto. Ajude na formação
de um Comitê ou de um grupo de trabalho que possa tomar frente, em combate ao
Corona Vírus. Crie uma verdadeira “Sala de Guerra”, com plano e execução de atitudes
concretas, sem medo de gastar um pouco além do orçado, pois o status é de
contingência. O foco é conter o contágio, evitando a proliferação em escala. É
proteção a vida humana.
E que os
“Noés” mantenham as mãos firmes no timão e guiem com habilidade suas barcas,
pois o dilúvio já chegou no Brasil e já causou uma fatalidade, no mais
importante estado do país. Até o dia 17 de março, as secretarias estaduais de
saúde registraram 8.819 casos suspeitos, sendo 349 casos de real infecção,
distribuídos em 17 estados e no Distrito Federal.
Conte
comigo, pois eu preciso contar com você. Como diz o filosofo Luiz Felipe Pondé:
“ser racional, ter bom senso, cuidado, solidariedade e coragem”. Coragem para
entender que temos que enfrentar o risco epidemiológico.
Algumas
atitudes a serem tomadas logo de início, conforme determina o Ministério da
Saúde:
Fonte e
mais informações: https://nacoesunidas.org/tema/coronavirus/amp/; https://www.saude.gov.br/o-ministro/928-saude-de-a-a-z/coronavirus