A previsão de
riscos para 2017
Consultando os principais formadores de opinião do mercado
e, segundo estudo desenvolvido pela North Carolina State University em parceria
com a Protivit, os riscos que mais chamaram a atenção dos CEOs, para o ano de
2017 foram os seguintes:
Condições econômicas no mercado doméstico – É o risco de
maior magnitude, se comparado em anos anteriores. O desaceleramento de
economias, tanto no Brasil quanto no exterior, vem reduzindo drasticamente
volumes de vendas causando ociosidade fabril, aumento dos custos fixos e perdas
de margens. É o fator mais devastador, em termos de impacto, nas operações das
empresas.
Mudança drástica e minuciosa da legislação – As mudanças da
legislação em geral eram encaradas como risco de "impacto moderado".
Tendo em vista o perfil cada vez mais mutante das leis, os dirigentes passaram
esse risco para a linha de “alto impacto”. Governos mal administrados
apresentam, para 2017, déficits orçamentários negativos, o que irá impactar em
mudanças drásticas na legislação, principalmente em alíquotas de tributos. As
leis do fisco parecem ser regidas por Luiz XV. Por consequência, as
organizações correm o risco de não cumprir a totalidade das regras ( mais
conhecido por "non-complaince"), seja por não ter acesso às mudanças
do ambiente, seja por falharem na interpretação dos requisitos e critérios,
sobretudo das obrigações acessórias. A burocracia, mesmo com a presença da
tecnologia, parece ser cada vez mais crescente.
Empresas de grande porte terão que contar com um batalhão de pessoas nos departamentos jurídico e fiscal para dedicar afinco às inúmeras exigências. A fiscalização tributária, trabalhista, cível, etc., tanto no Brasil quanto no exterior está automatizando e muito as autuações, o que vem encarecendo os custos de manutenção das contingências e aumentando os depósitos judiciais. Naturalmente, enfraquecem-se os fluxos de caixa, limita-se o crédito a clientes; reduzem-se os investimentos.
Empresas de grande porte terão que contar com um batalhão de pessoas nos departamentos jurídico e fiscal para dedicar afinco às inúmeras exigências. A fiscalização tributária, trabalhista, cível, etc., tanto no Brasil quanto no exterior está automatizando e muito as autuações, o que vem encarecendo os custos de manutenção das contingências e aumentando os depósitos judiciais. Naturalmente, enfraquecem-se os fluxos de caixa, limita-se o crédito a clientes; reduzem-se os investimentos.
Uma nota
importante: licenças para operar ou atualizações de licenças para continuar
operando pode se tornar uma incógnita para alguns setores, tendo em vista há
trágicas ocorrências refletidas em determinados segmentos.
As exigências de licenciamento serão cada vez mais rígidas e
a fiscalização “in loco” será limitada. No Brasil, por exemplo, uma inspeção
dos bombeiros em um simples estabelecimento comercial na grande São Paulo pode
levar meses, dado o aumento das demandas de auditorias de inspeção,
(principalmente após o trágico incêndio ocorrido na Boate Kiss, no Estado do
Rio Grande do Sul).
Instabilidade política mundial – A política em geral não vem
acompanhando o desenvolvimento do mercado, dos novos modelos de negócios e o
anseio da sociedade, tanto local quanto globalmente. A política industrial e de
crédito não são transparentes e comumente são voláteis. No Brasil, a classe
política está descrente dado os escândalos de corrupção. A certificação se deu
nas urnas quanto se apurou um maior número de votos brancos e nulos superando,
em boa parte dos Estados, o número de votos que elegeram os candidatos
vencedores. O atual presidente busca soluções de curto e médio prazos para
reincentivar a economia. A tarefa presidencial será árdua, impopular e custosa
para o cidadão comum.
No exterior, o poder do voto mostra a sua divisão.
"Hilary versus Trump", "o Brexit versus a União Européia",
foram alguns exemplos de risco que apresentarão impactos significativos para as
economias associadas no próximo ano.
Ameaças cibernéticas – Operacionalmente, as ameças da web
eram tratadas como um risco moderado, sobretudo para o setor industrial.
Entretanto, para 2017, esse risco passou para o patamar mais alto. As
transações financeiras e bancárias via internet, as operações de cartões de
crédito virtuais vêm causando sérios estragos. O hackeamento de dados, antes
uma provocação juvenil, passou para o lado profissional. É um tópico a ser
trabalhado com mais zelo. As equipes de TI, forênsica, o monitoramento e o
cruzamento de dados, além da segurança fisica nas organizações devem estar mais
atentos às essas novas ameaças.
Mudanças rápidas em inovação e novas tecnologias – A
inovação, principalmente voltada para consumo de massas vem surtindo efeitos
negativos para as empresas que demoram muito a tomar alguma atitude. Por
consequência, acabam ficando para trás. Novos modelos de negócios surgem da
noite para o dia. O Iphone criou um novo mercado de telefones, o
"whatsapp" vem reduzindo as ligações da telefonia fixa, os
aplicativos do tipo “Uber” e “Cabify” vêm barateando os serviços de transporte
de passageiros. Por falta de regulação, o serviço de táxi se sentiu vulnerável.
A “compra de bens” está sendo substituída pelo “acesso à bens”. A mudança de
hábito de consumo é um item a ser colocar em pauta de reunião de diretoria.
Para 2017, esse risco está apontado como "moderado", mas poderá
apresentar tendência de alta num futuro não muito distante.
Cobertura de seguros podem apresentar limitações para
determinados riscos – Após o caso da mineradora Samarco, as seguradoras tendem
a ser mais restritas a cobrir riscos de alto impacto, que podem, sobretudo,
gerar catástrofes ou cenários de crises. Riscos que envolvam impactos
ambientais, corrupção/lavagem de dinheiro, crédito e imagem sofrerão os
impactos dessas restrições, algo que não ocorria com frequência no passado.
Cabe as empresas introduzirem em suas operações programas como Gestão de
Crises, Anticorrupção e FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) para mitigar
impactos e auxiliar na aquisição adequada da cobertura de seguros.
Outros riscos apontados para ano que vem foram "perdas
de talentos", "privacidade e segurança da informação",
"queda das commodities", "falta de caixa e liquidez"
(principalmente para executar novos projetos e investimentos) e o enfraquecimento
de moedas frente ao Dólar e ao Euro, ou seja "desvalorização de
moedas".
2017 é um ano novamente desafiador. Cabe a nós o otimismo,
mesmo que esse seja conduzido de forma conservadora. Identificar, analisar os
riscos e alinhar a estratégia organizacional será fundamental para se obter o desempenho
desejado na organização.
No mais, Feliz Natal e um Ano Novo cheio de boas
perspectivas. Precisamos acreditar nisso com fé, pelo menos.
Levantemos o copo! Saúde!
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