por DÉBORA COSTA
Imagine passear pelo bairro Belvedere e seu entorno, na região Centro-Sul da capital, em um trem que te levaria a conhecer uma das mais tradicionais fábricas de cerveja artesanal de Minas Gerais. Certamente, este seria considerado um passeio dos sonhos para muitos mineiros, que poderão apreciar a bebida viajando até a “fonte”.
A ideia, no entanto, pode deixar o imaginário e se tornar realidade, a partir de 2016. O projeto “Trem da Cerveja do Belvedere” pretende viabilizar um roteiro turístico diferente com destino à cervejaria Backer, mas tem como objetivo maior a revitalização e preservação dos 2,5 km de malha ferroviária sem utilização que corta a região.
Implantada na década de 1970 para o transporte de minério de ferro da Mina de Águas Claras, o trecho foi desativado em 2003, com o fim da exploração mineral na região. Desde então, os 12 km de linha férrea começaram a se degradar e até a serem destruídos, sobrando apenas 2,5 km utilizáveis, após intervenção do Ministério dos Transportes, em 2010.
A intenção inicial era transformar a linha em uma opção de transporte de passageiros na região metropolitana de Belo Horizonte, ligando o Belvedere ao Barreiro. Mas, como a proposta demanda tempo e recursos, o “Trem da Cerveja do Belvedere” surgiu como uma primeira ação para preservação. “O objetivo principal é esse: preservar o caráter ferroviário desta área, através de um projeto inicialmente turístico”, explica o presidente do Instituto Cidades, André Tenuta, uma das oito entidades idealizadoras do projeto.
Saiba mais. A proposta é recente, idealizada em setembro deste ano, e está sendo coordenada pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (AMRBH). Assim que for finalizado, o projeto será apresentado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que dará ou não autorização para o funcionamento do trem turístico.
A operação das locomotivas será realizada pela ONG Trem, outra parceira.
Para ser viabilizado, o “Trem da Cerveja do Belvedere” espera contar com apoio da iniciativa privada, principalmente de hotéis, bares e restaurantes da região. A cervejaria Backer seria uma das financiadoras, mas a mesma ainda estuda a proposta. “Não está 100% certa a nossa participação, estamos analisando. Há o interesse, porque (o projeto) é inovador, vai fomentar o turismo em Belo Horizonte”, afirma a diretora de marketing da cervejaria, Paula Lebbos.
Por estar em fase inicial, o projeto ainda não iniciou a captação de recursos, mas prevê um investimento total de R$ 1 milhão. Parte da verba também será solicitada ao poder público.
Mais informações e fonte: http://www.otempo.com.br/cidades/belvedere-pode-ganhar-trem-para-percorrer-o-roteiro-da-cerveja-1.1200685
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