Ministério
da Agricultura libera maior parte de fábrica da Backer; um tanque continua
lacrado e em investigação
O
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) liberou, nesta terça-feira (28), 66
dos 70 tanques da fábrica da cervejaria Backer, em Belo Horizonte. A informação
foi confirmada ao G1 por fontes do ministério em Minas. O local estava fechado
desde que a Polícia Civil passou a investigar, desde janeiro, a presença de
dietilenoglicol em algumas das cervejas da marca.
Técnicos do
Ministério da Agricultura e peritos da Polícia Civil estiveram na fábrica na
manhã desta terça e recolheram novas amostras periciais. Segundo a cervejaria,
os tanques liberados apresentaram resultado negativo para presença de monoetilenoglicol
e dietilenoglicol. Estes tanques estão liberados para o reaproveitamento
condicional do produto.
Um tanque
permanece lacrado e continua em investigação. Outros três tanques serão
liberados quando a Backer apresentar um plano de descarte indicando empresa
especializada para esse serviço, uma vez que o líquido do tanque contaminado
foi transferido para estes durante a investigação.
Entre
janeiro e março, a Polícia Civil de Minas Gerais identificou 9 mortes suspeitas
de estarem associadas à presença do dietilenoglicol na cerveja, além de outras
33 vítimas vivas. A produção da fábrica está paralisada desde o início das
investigações.
A cerveja
que estava dentro da fábrica se tornou inutilizável. A Backer, segundo nota,
pretende utilizar os tanques para produzir álcool em gel e doar para
instituições da saúde pública.
O inquérito
da Polícia Civil, que investiga como foi feita a intoxicação da cerveja com a
substância, já chega a mais de 1700 páginas, A corporação afirma que mais de 66
pessoas já prestaram depoimentos. Ao todo, a polícia identificou 42 pessoas
como possíveis vítimas.
“É preciso
cautela, pois o inquérito ainda deve ser concluído, mas é uma sinalização
importante de que foi algo pontual, isolado, que não há contaminação na fábrica.
Toda a linha de produção passará por testes e certificações do Ministério da
Agricultura para que a Backer possa voltar a produzir com segurança e
qualidade”, diz o advogado Estevão Nejn, que atende a Backer.
Desde
março, todos os bens da cervejaria estão bloqueados pela Justiça com finalidade
de atender os custos médicos de pacientes vítimas da intoxicação pelo
dietilenoglicol.
A decisão
do Tribunal de Justiça de Minas Gerais reviu a indisponibilidade de bens da
cervejaria nas suas contas bancárias e nos bens móveis e imóveis em um valor de
até R$ 50 milhões. Em fevereiro o bloqueio havia sido de R$ 5 milhões, valor
considerado insuficiente pelas defesas das pessoas intoxicadas pela cerveja com
dietilenoglicol.
No mesmo
dia, foi firmado o primeiro acordo entre a Backer e uma das vítimas.