terça-feira, 28 de abril de 2020

Caso Backer 2020


Ministério da Agricultura libera maior parte de fábrica da Backer; um tanque continua lacrado e em investigação

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) liberou, nesta terça-feira (28), 66 dos 70 tanques da fábrica da cervejaria Backer, em Belo Horizonte. A informação foi confirmada ao G1 por fontes do ministério em Minas. O local estava fechado desde que a Polícia Civil passou a investigar, desde janeiro, a presença de dietilenoglicol em algumas das cervejas da marca.

Técnicos do Ministério da Agricultura e peritos da Polícia Civil estiveram na fábrica na manhã desta terça e recolheram novas amostras periciais. Segundo a cervejaria, os tanques liberados apresentaram resultado negativo para presença de monoetilenoglicol e dietilenoglicol. Estes tanques estão liberados para o reaproveitamento condicional do produto.

Um tanque permanece lacrado e continua em investigação. Outros três tanques serão liberados quando a Backer apresentar um plano de descarte indicando empresa especializada para esse serviço, uma vez que o líquido do tanque contaminado foi transferido para estes durante a investigação.

Entre janeiro e março, a Polícia Civil de Minas Gerais identificou 9 mortes suspeitas de estarem associadas à presença do dietilenoglicol na cerveja, além de outras 33 vítimas vivas. A produção da fábrica está paralisada desde o início das investigações.

A cerveja que estava dentro da fábrica se tornou inutilizável. A Backer, segundo nota, pretende utilizar os tanques para produzir álcool em gel e doar para instituições da saúde pública.

O inquérito da Polícia Civil, que investiga como foi feita a intoxicação da cerveja com a substância, já chega a mais de 1700 páginas, A corporação afirma que mais de 66 pessoas já prestaram depoimentos. Ao todo, a polícia identificou 42 pessoas como possíveis vítimas.

“É preciso cautela, pois o inquérito ainda deve ser concluído, mas é uma sinalização importante de que foi algo pontual, isolado, que não há contaminação na fábrica. Toda a linha de produção passará por testes e certificações do Ministério da Agricultura para que a Backer possa voltar a produzir com segurança e qualidade”, diz o advogado Estevão Nejn, que atende a Backer.

Desde março, todos os bens da cervejaria estão bloqueados pela Justiça com finalidade de atender os custos médicos de pacientes vítimas da intoxicação pelo dietilenoglicol.

A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais reviu a indisponibilidade de bens da cervejaria nas suas contas bancárias e nos bens móveis e imóveis em um valor de até R$ 50 milhões. Em fevereiro o bloqueio havia sido de R$ 5 milhões, valor considerado insuficiente pelas defesas das pessoas intoxicadas pela cerveja com dietilenoglicol.

No mesmo dia, foi firmado o primeiro acordo entre a Backer e uma das vítimas.


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