quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ambev

 

Ambev: Lucro deve subir 16% no segundo trimestre 2015 com ajuda de receita em outras moedas, preveem analistas

A fabricante de bebidas Ambev deve apurar crescimento no segundo trimestre de 2015, impulsionado pelo impacto cambial positivo na conversão para o Real de receitas em moeda estrangeira. Analistas de nove instituições financeiras consultadas pelo Broadcast (Bradesco, BTG Pactual, Citi, Credit Suisse, Gradual Investimentos, Itaú BBA, JPMorgan, J.Safra e Morgan Stanley) projetam alta para o lucro líquido atribuído à participação dos controladores, na média de R$ 2,528 bilhões. O montante, se alcançado, seria 16% superior ao apurado pela Ambev no segundo trimestre do ano anterior.

Para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado a itens não recorrentes entre abril e junho, a média das projeções é de R$ 3,959 bilhões, o que representaria crescimento de 19% na comparação anual. Já a receita líquida, segundo as expectativas dos analistas, pode chegar a R$ 9,578 bilhões, aumento de 17%.

Apesar da expectativa positiva para os resultados, os analistas chamam atenção para um cenário ainda difícil para as vendas no Brasil. A companhia deve ver queda nas vendas em volume de cerveja no País, apesar de aumento da receita por conta de preços mais altos e melhor mix de produtos. Na média, os analistas consultados esperam uma retração entre 5% e 6% no volume doméstico de cerveja.

O Credit Suisse destaca que o crescimento da receita consolidada deve ser impactado positivamente pela conversão para Real do resultado de operações no exterior. Os analistas Antonio Gonzalez, Laura Peláez, Tobias Stingelin e Ignacio Ochoa citam o Canadá e também Argentina e países da América Central cujas moedas sofreram depreciação menor ante o dólar do que a moeda brasileira.

Outro ponto positivo esperado para os números da Ambev é uma expansão nas margens. O efeito deve ser gerado, sobretudo, por uma redução em despesas gerais e administrativas e em custo do produto vendido na comparação anual. O JPMorgan lembra que em 2014 esses custos e despesas subiram por conta da Copa do Mundo, quando houve mais gastos com marketing e embalagens descartáveis. "As margens devem se beneficiar de uma melhora no mix de produtos e embalagens, preço e uma comparação fácil para despesas diante dos gastos elevados do ano passado na Copa", comentam Andrea Teixeira, Pedro Leduc, Joseph Giordano e Mauricio Serna Vega.

O BTG Pactual chama atenção, porém, para o fato de que o desempenho da Ambev deve ser impulsionado por fatores que têm risco de mudar. "É inegável o bom momento da Ambev, algo ainda mais impressionante num período em que a maior parte das companhias de consumo sofre para entregar resultados operacionais decentes no Brasil", comentam Thiago Duarte e José Luis Rizzardo. "No entanto alertamos que alguns componentes da performance trimestral podem não durar muito, caso da comparação fácil para as despesas e o câmbio favorável", acrescentam.

A Ambev divulga os resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira, 30, antes da abertura do mercado. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com)
Fonte: Agência Estado - Broadcast.

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