A farofa de Durkheim
"Pergunte a um turista qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando se fala de Minas Gerais. 'Comida', dirá ele. E a segunda coisa? 'Pão de queijo'." Assim o restauranteur Rodrigo Ferraz, de Belo Horizonte, começa a argumentar sobre a importância de transformar o Festival de Gastronomia de Tiradentes. "É preciso usar isso para explorar a questão da identidade. E Tiradentes tem tudo para se tornar uma ferramenta social transformadora ampla. É um evento cujo coração é em Minas, mas tem o Brasil como corpo." Ferraz assumiu a organização do festival há quatro anos. Mas só agora criou a pretensão de dar a ele o caráter social que há em outros festivais, como o espanhol Madrid Fusión e o peruano Mistura. Além dos workshops e banquetes, ele vai trazer aos participantes de Tiradentes os resultados da Expedição Gastronômica Brasileira, que passou por Rio, Minas Gerais, Pernambuco, Amazonas, Ceará e Rio Grande do Norte para estudar o "corpo" da nossa gastronomia - um trocadilho com Durkheim, que definia o Estado como um corpo - e identificar cadeias produtivas.
Por enquanto, foi feito um video e um livro será lançado. E para que isso? "Mostrar a riqueza cultural e a importância econômica da nossa gastronomia", diz. "Por aí pode passar a valorização do pequeno produtor e, mais do que isso, uma consciência que envolva a grande indústria. Hoje, há cada vez mais gente preocupada com o que come, com a origem dos produtos. E a indústria sabe disso."
Por Rodrigo Uchoa, Valor Econômico, 25.5.2012 página D5. Caderno Blue Chip (Que na opinião deste blogueiro é uma das melhores seções da Valor Econômico - que visa unir novidades/ qualidade com gente que entende do assunto!).
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