Sua excelência o mercado interno
Por Vivivane Taguchi
Assim como o consumidor da Classe C viu seu poder de consumo ampliado e introduziu carnes e lácteos em seu cardápio, quem migrou da Classe C para a B e se tornou mais exigente e passou a consumir cervejas especiais, castanhas, frutas exóticas e peixes, como o salmão e o bacalhau. A indústria corre para atender a essa demanda, mas, com mudanças velozes nos hábitos, a saída foi importar. Com o câmbio favorável e mais renda no mercado interno, as importações “bombaram”.
Em 2011, as cervejas lideraram as compras do exterior. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que 44,4 milhões de litros da bebida entraram no país, 101% mais em relação a 2010. E as maiores responsáveis por esses números foram a Ambev e a Heineken. A Ambev importa rótulos premium, superpremium e pilsen com aromas, além de cevada cervejeira da Argentina e do Uruguai para complementar a produção nacional. A companhia tem três maltarias no país e a safra nacional do grão ainda não é suficiente para atender a demanda. A Heineken importa o malte. “Trazemos o produto da Europa, da Argentina e do Uruguai”, diz Isidoro Neto, mestre cervejeiro da Heineken.
Outra estratégia foi apostar na importação de embalagems com design diferente. A Heineken inseriu o barril de cinco litros nos supermercados, enquanto as importadas da Ambev estão armazenadas em garrafas ou kits que combinam garrafa e copo. O Brasil também elevou as importações de frutas, legumes e pescados. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 2011 também entraram no país batatas do Oregon, cogumelo orelhas-de-judas da Ásia e alho preto da Argentina.
Fonte: Matéria de Capa da revista Globo Rural, Abril 2012, pág.37
Foto: Sabmiller.
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