sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Cerveja sem álcool

Cerveja sem álcool: uma ofensa ao seu paladar ou uma opção realmente viável?


Brunno Kono | iG São Paulo
Elas ficam ao lado das companheiras alcoólicas, mas, ao mesmo tempo, parecem deslocadas na seção. Em quatro supermercados visitados pelo iG, em São Paulo, poucos consumidores tiravam das prateleiras as características latinhas brancas – com exceção de uma ou outra marca – das cervejas sem álcool, embora algumas não sejam, literalmente, sem álcool.
Segundo o Artigo 66 do Decreto de n° 2.314, de setembro de 1997, cervejas com menos de 0,5% de graduação alcoólica são consideradas sem álcool e, caso não sejam 0,0%, não há a obrigação do teor ser informado no rótulo – a informação geralmente fica reservada à parte de trás da lata ou da garrafa. Olhe com atenção uma Kronenbier e verá que seu teor é de 0,3%.
Com 0,0% ou 0,5%, a cerveja sem álcool não atrai olhares de admiração. A convite da nossa reportagem, Paulo Almeida, dono do Empório do Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, e André Cancegliero, da Cervejaria Urbana, sentaram para experimentar oito marcas da categoria – veja os comentários da degustação mais abaixo –, e quem passava por ali para cumprimentar Paulo, afinal, ele é o dono do bar, estranhava ver marcas não alcoólicas na mesa.
“Muita gente tem a imagem de que a cerveja sem álcool não tem graça, tem gosto ruim, mas o sabor está cada vez mais próximo de uma normal, cada vez mais próximo da expectativa do consumidor. Tem referências claras de sabor, quando você consegue chegar mais próximo do sabor, você consegue desmistificar todos esses mitos”, diz Luciano Horn, com 20 anos de experiência no ramo de bebidas e mestre-cervejeiro que trabalhou na criação da Brahma 0,0%, lançada no ano passado.
Segundo a empresa, a Brahma 0,0%, a segunda do tipo desenvolvida por eles – a primeira foi a Líber, em 2004 – é resultado de três anos de pesquisa, 84 produções diferentes, mais de 100 protótipos e 12 mil garrafas envasadas para avaliação.
O equipamento utilizado no processo, vindo da Alemanha, existe em poucos países, como Espanha, Egito, Bélgica, China e Líbano, de acordo com Natália José, gerente de inovações da Ambev.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Real Time Web Analytics