Cervejeiro amador dos EUA recria cerveja egípcia de 3 mil anos
Inspirado em receitas do Egito Antigo, cervejeiro usa figos
raros e fermento de 850 a.C. para criar a bebida
Durante a pandemia, Dylan McDonnell, um cervejeiro amador de
Utah, nos Estados Unidos, teve a ideia de recriar uma cerveja inspirada em
antigas receitas egípcias, utilizando fermento de 850 a.C.. A inspiração veio
de Seamus Blackley, influenciador e designer de videogames, que fez pão com
fermento egípcio de 4,5 mil anos. McDonnell decidiu tentar fazer o mesmo com
cerveja. A reportagem é do The New York Times.
Recentemente, ele produziu uma cerveja âmbar que acredita
ser a mais próxima do que Ramsés, o Grande, poderia ter bebido. Nos últimos
anos, houve várias tentativas de recriar cervejas antigas, mas o americano foi
além ao buscar ingredientes exatos que os egípcios usariam, fermentando-os com
levedura antiga.
Enquanto o vinho é frequentemente associado à civilização
greco-romana, “a cerveja era integral para as sociedades antigas no Levante e
no antigo Oriente Próximo”, disse Marie Hopwood, estudiosa de cerveja antiga,
em entrevista ao NYT. “Todos bebiam cerveja”, especialmente porque a água
muitas vezes estava contaminada. Somente recentemente, a arqueologia da cerveja
ganhou o respeito dado ao estudo do vinho, devido a preconceitos modernos.
Teor alcoólico menor e quente
A cerveja antiga teria menos teor alcoólico e era servida
quente. Mulheres geralmente eram as responsáveis por fabricá-la. Limitado pelo
trabalho e pela família, McDonnell levou mais de três anos para realizar sua
ideia. Ele consultou o Papiro Ebers, um texto egípcio de receitas médicas de
1500 a.C., e encontrou cerca de 75 receitas de cerveja, compilando os
ingredientes mais mencionados: tâmaras do deserto, mel de Sidra do Iêmen, figos
sicômoros, passas douradas israelenses, bagas de zimbro espinhosas, alfarroba,
cominho preto e incenso.
Figos sicômoros foram especialmente difíceis de encontrar.
Mas, por sorte, a amiga Marika Dalley Snider, historiadora da arquitetura, encontrou
uma família no Egito que cultivava esses figos há gerações. Para os grãos base,
McDonnell escolheu cevada roxa egípcia e trigo emmer. Ele também procurou um
fermento antigo, encontrando uma cepa extraída de uma ânfora em Israel usada
pelos filisteus por volta de 850 a.C.
O fermento tem a capacidade de ficar dormente por longos
períodos. As células em uma colônia dormente “ainda se comunicam”, disse Itai
Gutman, fundador da Primer’s Yeast, que vende cepas antigas de microrganismos.
Ele argumenta que a diferença entre o fermento antigo e o comercial é a mesma
entre um lobo e um golden retriever. O fermento comercial cria um perfil de
sabor mais previsível, enquanto o fermento selvagem é associado a sabores
"off".
McDonnell ficou satisfeito com sua mistura histórica, que é inicialmente azeda, mas depois se torna mais complexa, com uma qualidade refrescante e parecida com a sidra. O sabor sugere damasco, com baixa carbonatação. Frequentemente perguntam a McDonnell como a cerveja se chama. Sem planos de vender a bebida, ele decidiu por um nome que reflete o perfil de sabor e suas origens: “Sabor do Sinai”.
Você beberia dessa cerveja? Ou seria capaz de produzi-la? Deixe o seu comentários abaixo e siga a gente no blog! Sua participação é fundamental para seguirmos nessa jornada cervejeira!
Fonte e saiba mais em: https://exame.com/pop/cervejeiro-amador-dos-eua-recria-cerveja-egipcia-de-3-mil-anos/
Foto realizada por IA
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