terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Revista Exame

Sete Perguntas para Ariel Sterngold

“Em breve, faremos cerveja em casa”.

O Belga Ariel Sterngold, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Bevyz, empresa europeia dona de uma tecnologia que permite fazer várias bebidas com capsulas, não para de viajar entre Europa, Estados Unidos e Brasil. Sterngold está ajudando suas empresas parceiras, a Brastemp no Brasil e a Cuisinart nos Estados Unidos, na preparação do lançamento de uma máquina para uso doméstico, o que está previsto para 2015. Entre uma viagem e outra, Sterngold concedeu uma entrevista para a revista Exame, ao qual transcrevemos na íntegra.

1.       A Pepsi tem uma participação em sua empresa e a Coca-cola investe numa companhia que também tem uma fatia na Bevyz. A guerra das colas é coisa do passado?
Existe uma expressão em inglês que ajudar a entender o que está acontecendo. É o Frenemy (ou “amigo-inimigo”, numa tradução livre). A Apple e a Sumsung são os maiores competidores no mercado de telefones celulares, mas parte dos itens do iPhone é feita pelos coreanos. O mundo mudou.

2.       O que as duas gigantes vêem em sua empresa?
Hoje, quando alguém quer tomar um refrigerante ou energético, precisa sair de casa, ir no supermercado, voltar cheio de garrafas e colocá-las na geladeira. No caso da bebida com gás, se quiser tomar apenas um copo, ainda corre o risco de ver a bebida perder a qualidade com o tempo. O que estamos propondo é uma revolução.

3.       O que sua tecnologia permite fazer?
Num primeiro momento, teremos sucos, chás, cafés, chocolates quentes e coquetéis. Num futuro próximo, teremos cervejas e até mesmo sopas.

4.       Que lições o senhor tirou do mercado de café em cápsulas?
Nosso princípio é semelhante ao das cafeteiras. O xarope do refrigerante, o extrato do chá ou do suco ficam numa cápsula que, quando acoplada à máquina, determina a temperatura da água e se há gás ou não.

5.       Há alguns anos se fala no potencial das máquinas de bebidas em cápsulas, mas até agora não há nada comparável ao sucesso das máquinas de café. É mais fácil falar do que conquistar o mercado?
Até agora ninguém tinha apresentado uma tecnologia capaz de fazer bebidas quentes e frias com a mesma máquina. Nossa vantagem é conseguir extrair o conteúdo da cápsula diretamente para o copo,o que evita mistura de sabores.

6.       As grandes fabricantes de cerveja do mundo dizem que sua máquina tem pouca chance de sucesso. O que faz achar que as pessoas vão trocar as garrafas produzidas pelos fabricantes por bebidas feitas com cápsulas em casa?
As pessoas querem mais escolhas e conveniência. Isso pode ser observado por todos os lados. Os smartphones estão cheios de novos aplicativos. Hoje, compra-se a música que se quer num clique.

7.  Quais foram as principais diferenças entre a parceria de vocês nos Estados Unidos e a no Brasil?
No Brasil, a qualidade da água é um problema, o que exigiu um filtro mais bem-acabado. Nos Estados Unidos, há várias empresas competindo pelo mercado de cápsulas, e isso exige uma política de preços mais agressiva. Em termos de qualidade das bebidas, porém, os produtos serão iguais.


Fonte: Exame, página 162.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Real Time Web Analytics