Sete Perguntas para Ariel Sterngold
“Em breve, faremos cerveja em casa”.
O Belga Ariel Sterngold, vice-presidente de desenvolvimento
de negócios da Bevyz, empresa europeia dona de uma tecnologia que permite fazer
várias bebidas com capsulas, não para de viajar entre Europa, Estados Unidos e
Brasil. Sterngold está ajudando suas empresas parceiras, a Brastemp no Brasil e
a Cuisinart nos Estados Unidos, na preparação do lançamento de uma máquina para
uso doméstico, o que está previsto para 2015. Entre uma viagem e outra,
Sterngold concedeu uma entrevista para a revista Exame, ao qual transcrevemos na íntegra.
1. A Pepsi tem uma
participação em sua empresa e a Coca-cola investe numa companhia que também tem
uma fatia na Bevyz. A guerra das colas é coisa do passado?
Existe uma expressão em inglês que ajudar a
entender o que está acontecendo. É o Frenemy (ou “amigo-inimigo”, numa tradução
livre). A Apple e a Sumsung são os maiores competidores no mercado de telefones
celulares, mas parte dos itens do iPhone é feita pelos coreanos. O mundo mudou.
2. O que as duas
gigantes vêem em sua empresa?
Hoje, quando alguém quer tomar um
refrigerante ou energético, precisa sair de casa, ir no supermercado, voltar cheio
de garrafas e colocá-las na geladeira. No caso da bebida com gás, se quiser
tomar apenas um copo, ainda corre o risco de ver a bebida perder a qualidade
com o tempo. O que estamos propondo é uma revolução.
3. O que sua
tecnologia permite fazer?
Num primeiro momento, teremos sucos, chás,
cafés, chocolates quentes e coquetéis. Num futuro próximo, teremos cervejas e
até mesmo sopas.
4. Que lições o senhor
tirou do mercado de café em cápsulas?
Nosso princípio é semelhante ao das
cafeteiras. O xarope do refrigerante, o extrato do chá ou do suco ficam numa
cápsula que, quando acoplada à máquina, determina a temperatura da água e se há
gás ou não.
5. Há alguns anos se
fala no potencial das máquinas de bebidas em cápsulas, mas até agora não há
nada comparável ao sucesso das máquinas de café. É mais fácil falar do que
conquistar o mercado?
Até agora ninguém tinha apresentado uma
tecnologia capaz de fazer bebidas quentes e frias com a mesma máquina. Nossa
vantagem é conseguir extrair o conteúdo da cápsula diretamente para o copo,o
que evita mistura de sabores.
6. As grandes
fabricantes de cerveja do mundo dizem que sua máquina tem pouca chance de
sucesso. O que faz achar que as pessoas vão trocar as garrafas produzidas pelos
fabricantes por bebidas feitas com cápsulas em casa?
As pessoas querem mais escolhas e
conveniência. Isso pode ser observado por todos os lados. Os smartphones estão
cheios de novos aplicativos. Hoje, compra-se a música que se quer num clique.
7. Quais foram as
principais diferenças entre a parceria de vocês nos Estados Unidos e a no
Brasil?
No Brasil, a qualidade da água é um
problema, o que exigiu um filtro mais bem-acabado. Nos Estados Unidos, há
várias empresas competindo pelo mercado de cápsulas, e isso exige uma política
de preços mais agressiva. Em termos de qualidade das bebidas, porém, os
produtos serão iguais.
Fonte: Exame, página 162.
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