quinta-feira, 3 de novembro de 2022

A Nova Forma de Liderar

 

         


O Novo Líder: Uma Mudança de Comportamento

O Bolsonaro perdeu. Isso é fato. E não foi porque o Lula ganhou. O retrato das eleições ocorridas neste Domingo de Halloween (30.11) dá um recado importante e sério para todos os líderes, o que envolve mais precisamente, de uma necessidade urgente de mudanças no comportamento pessoal, na mentalidade e, quem sabe, até mesmo um trato espiritual.

Um dos pontos que deve ser levado em consideração é que as pessoas desejam cada vez mais líderes que as tratem com justiça, respeito, dignidade e inclusão de verdade. Imagino que os tropeços cometidos na comunicação do principal líder do Poder Executivo para com a maioria dos cidadãos, tenha impactado nos resultados da eleição. Convivi positivamente o outro lado dessa tratativa quando fiz o meu primeiro estágio, no meio da década de 1990, em uma fábrica de roupas que possuía diversas lojas na capital de Minas Gerais. As equipes de vendas eram bastante diversas, e internamente havia entre as pessoas aquela dose de respeito e aceitação à diversidade e a inclusão. (A propósito, o Setor Têxtil, que inclui as indústrias de confecção e da moda têm essa característica positiva, e é um dos protagonistas que refletem esse tipo de boa ação.) O fino trato sempre foi um diferencial, pois todos os envolvidos apresentavam qualidades que faziam acontecer no momento de lidar com parceiros e clientes, sempre com cordialidade e atenção.

O Lula ganhou. Isso é fato. E não foi por que ele derrotou o oponente. Foi porque Bolsonaro provavelmente tenha perdido o tom, o toque de Midas em boa parte da nação. Talvez a disciplina militar, a rigidez nas palavras, às vezes ríspidas, tenha assustado a plateia. E isso gerou um confronto sem fim entre o líder e a maior parcela dos que se opuseram à ele.  Apesar de ter sobrevivido ao Corona Vírus e está sobrevivendo a uma guerra europeia e uma inflação mundial e ter constituído uma equipe que, ao meu ver, foi uma das melhores que o Brasil teve na segunda década do Novo Século, com objetivos estratégicos, uma visão de sustentabilidade, de longo prazo e com projetos inovadores, (o que colocaria o país num patamar acima do atual), não ajudou mudar a opinião dos 50,3% da população votante. A plateia não quis saber de equipes técnicas, coesas, distintas, de atos progressistas e atitudes liberais. Queriam um outro tipo de atenção que propiciem mais espaço, ouvidos, mais respeito, assistência social e outros itens. O progresso talvez seja um item em segundo plano. A assistência vem primeiro.

Em suma: se você é líder ou chegou ao cargo de líder, independente do posto, área de atuação, em instituições, entidades, empresa pública ou privada preste atenção: os liderados (sobretudo os mais novos) não irão tolerar brincadeiras de mal gosto, assédios em geral, discriminação e outros mal tratos que possam infringir os direitos deles. Os canais de denúncia, as ouvidorias e os Comitês de Ética receberão uma enxurrada de reclamações. O ex-presidente do Banco Caixa saiu do cargo por uma série de denúncias de assédio dos mais variados tipos. Outros líderes idem, de forma semelhante. Basta pesquisar na internet alguns casos. E pelo jeito não vai ficar por aí. Nosso Presidente saiu, (inclusive) por usar palavras inadequadas à boa parte da plateia, e como ele mesmo disse, lhe deram a pecha de "antidemocrático".

Comportamentos dessa natureza podem e devem ser eliminados por meio da educação, do exercício prático e pelo bom senso. Afinal de contas, canja de galinha não faz mal a ninguém. Isso não é uma questão de poder, é uma questão de treino, aprendizado. Ter noções de civilidade. É ter bons modos.

Por outra vertente, para o balanceio na decisão do voto, havia outros itens a serem considerados como o suborno e a corrupção. (E pelo visto a maioria dos cidadãos entenderam como pouco relevante.) Ah! A danada da corrupção e o maldito suborno. Isso são formas rápidas de obter vantagens e ter acesso ao poder. Imagino que Bolsonaro não tenha perdido por esse quesito. Seu oponente, nesse tema não convence. Muitos acreditam que essa vertente é muito mais maléfica de que um monte de gafes, maus modos e palavrões usados fora de hora, uma vez que o suborno e a corrupção não excluem e não classifica ninguém, tampouco o bolso alheio. Semelhante a morte, o suborno e a corrupção matam. E na escolha desses dois quesitos, entre um mal-educado, que precisa conhecer normas de etiqueta ou outrem que venha ser parte (ou segundo a lei, basta apenas parecer que foi parte) de esquemas de suborno e a corrupção, na maioria dos casos, o falastrão é advertido, suspenso, (e, dependendo do grau de criticidade e consequência do dano é também desligado de suas funções, pois não coaduna com os Códigos de Conduta.) Digamos digno de um cartão amarelo, quiçá vermelho. Já o segundo, a tolerância é ZERO. Não cabe dúvidas: se não é culpado, é no mínimo responsável ou esteve perto do envolvimento. Se não viu nada, não soube de nada, seria um ato de negligência? Imperícia? Imprudência? Ingerência? Incerteza? Cegueira deliberada? É uma falta grave, que não cabe cartões amarelos. É vermelho na certa. Não há etiqueta que supere.

Se você é líder ou chegou ao cargo de líder, independente do posto, área de atuação, em instituições, entidades, empresa pública ou privada preste atenção: para os liderados que praticam ou se aventuram/envolvem em atos corruptos ou de propina, suborno/fraudes, cabe o seguinte ditado: “a porta da rua é a serventia da casa”. Vocês saberão o que fazer.

Seja um novo líder. Avalie e repense os seus comportamentos. Caso contrário, as consequências virão. Atue antes que outros atuem por você. 

Em tempo: o Halloween passou. Ou será que não? A partir de agora ele veio para ficar? É algo tenebroso.

https://www.metropoles.com/esportes/futebol/diretor-comercial-do-chelsea-e-demitido-por-assedio-sexual

https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/09/29/ministerio-publico-do-trabalho-pede-que-ex-presidente-da-caixa-pague-r-305-milhoes-por-assedio-a-funcionarias.ghtml

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