Além da variedade, Minas é o segundo Estado produtor de cervejas especiais, em volume – atrás apenas de Santa Catarina –, segundo Cristiano Lamego, superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas-MG).
Ele diz que há hoje 130 microcervejarias registradas no país, sendo 23 (18%) em Minas, onde o nicho cresce a 20% ao ano. Responsável por fiscalizar o setor, o Ministério da Agricultura não diferencia as microcervejarias das grandes, como a Ambev, e diz haver 242 cervejarias registradas – nesse levantamento, Minas fica em quarto lugar.
“As microcervejarias encontraram um cenário propício para crescimento em função da procura do consumidor por produtos diferenciados e de alto valor agregado”, diz Lamego. A produção mensal atual é de cerca de um milhão de litros no Estado – e deve crescer ainda mais, com incentivos de prefeituras como a de Nova Lima, onde novas fábricas surgem a todo momento.
A Backer, por exemplo, pretende mais do que dobrar a capacidade de sua fábrica, no bairro Olhos D’água, na capital, dos atuais 1.900 m² para 4.000 m², até o fim do ano – a tempo da Copa do Mundo. Paula Lebbos, uma das sócias da microcervejaria, aplaude a expansão desse nicho no país, que hoje já responde por 5% de todo o setor cervejeiro.
Ela se lembra que, quando a Backer foi criada, há 15 anos, só havia a recém-surgida mineira Krug Bier e outras duas marcas com relevância no país. Ela começou com seis funcionários e seis tanques, para um produção mensal de 12 mil litros, e hoje possui 70 funcionários, 15 tanques e fabrica 270 mil litros de cerveja por mês. “O boom das microcervejarias nem aconteceu, vai acontecer daqui a um tempo ainda”, aposta Paula.
Luiz Vicente Mendes, diretor-comercial do Brasil Bier, concorda: “A tendência é crescer. Nos Estados Unidos, já são 4.000 microcervejarias e o movimento no Brasil só estava começando há seis anos, quando surgiu o Brasil Bier”.
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