Risco de mudanças climáticas: o risco fora do radar.
Como profissional da área de Governança, Riscos e Compliance, costumo mencionar em artigos relacionados, diversos riscos existentes em diferentes setores da economia, incluindo o segmento de bebidas.
Dentre os riscos, cito como
por exemplo, perdas de volume e market share, perdas por preço, ações da
concorrência, quebra de máquinas e equipamentos, riscos tributários e fiscais, riscos
de meio ambiente, saúde e segurança, contaminação humana, danos à imagem e a reputação,
TI e Cyber. Esses são os mais evidentes e comuns nas empresas. Porém, há um risco que tem cada vez mais se destacado e que antes não estava no radar das organizações: o
risco de mudança climática.
O sul do Brasil é uma área de convergência climática crítica. Naquele ambiente, o frio antártico se encontra com calor do centro-oeste, mais os ventos do oceano causando pressões atmosféricas e repentinos ciclones extratropicais, tufões, vendavais e, consequentemente, danos e perdas de patrimônio e vidas são impactados. Para piorar a situação a mudança abrupta do clima provoca fortes chuvas e enchentes. Nesse sentido uma série de desastres, quando analisados em conjunto, se tornam em uma verdadeira catástrofe. É um total descalabro. Rodovias são interditadas, o abastecimento de água potável é cortado, a energia elétrica é rompida, o suprimento se torna limitado ou até escasso.
O governo não dá conta do recado, mesmo com o melhor
plano de crises e contingências em mãos. Esse se vê obrigado a emitir um Decreto de Calamidade. A ajuda humanitária, nesses momentos, se torna essencial. Afinal,
vivemos em sociedade, temos que ajudar uns aos outros. (Esse cenário é muito semelhante ao que acontece na região da Flórida, Estados Unidos. Oficialmente
a temporada de furacão na Flórida é nos meses de junho a novembro. Os últimos
registros mostram que os meses mais impactados são agosto, setembro e outubro.
Esses são os meses com maior probabilidade de formação de tempestades e
furacões.) O um ritual que se repete a cada ano.
Após ler o noticiário da CNN, mais
de 154 cidades foram atingidas devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul.
Sabendo que esse estado é um dos grandes produtores de cerveja
artesanal, tendo em vista o número de fabricantes, certamente esses estão sendo
impactados de alguma forma. Por exemplo, a cervejaria Blaut Beer, de
Farroupilha anunciou no seu canal do Instagram a interrupção momentânea das
atividades pré-feriado do 1º de Maio em decorrência das fortes chuvas. Imagina-se
que outras cervejarias tiveram que fazer o mesmo.
As observações acima levam a um
caminho: faça um benchmarking, coloque o tema na pauta da reunião dos sócios e acionistas, construa o seu mapa de riscos, considerando os riscos climáticos (inclua
também as fortes secas.). Crie mecanismos de mitigação de riscos, físicos e
digitais e, acima de tudo, considere incluir a avaliação desse risco pelo
corretor, quando for adquirir uma apólice de seguros para amenizar os impactos,
compartilhando o risco com uma seguradora de primeira linha.
Desejo, aos amigos da cadeia de cervejeira (agricultores, empresas de logística, fornecedores) e cervejeiros do Rio Grande do Sul sorte e recuperação rápida em suas operações incluindo parceiros, clientes e empregados. Me solidarizo.
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/chuvas-no-rs-governo-confirma-29-mortes-e-60-desaparecidos/
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