Cerveja abandona o boteco e ganha mesas mais exigentes
Rótulos especiais ficam mais conhecidos e bebida é degustada até em eventos corporativos
Kathia, beer sommelier: cada estilo pede um tipo especial de copo
Ela divide opiniões. Popular, é considerada por alguns uma bebida menos nobre que o uísque e o vinho. Mas, na medida em que rótulos especiais, premium ou gourmet ficam mais conhecidos no Brasil, com algumas garrafas custando até R$ 600, a cerveja ganha cada dia mais adeptos - até no mundo corporativo; “Eventos para degustações de vinho estão meio batidos”, diz Kathia Zanatta, ‘beer sommelier’. “Jantares harmonizados com cerveja são um sucesso.
São descontraídos, geram muita curiosidade, integração, diversão e satisfação”, afirma a especialista.
Engenheira de alimentos, Kathia foi responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da cervejaria Schincariol de 2005 até 2010. Em 2009, criou o primeiro curso de Sommelier de Cervejas do Brasil e um ano depois, decidiu sair da Schincariol (hoje Brasil Kirin) para se dedicar à carreira autônoma e voltada ao ensino cervejeiro no Brasil. Junto com três sócios, Kathia é dona do Instituto da Cerveja Brasil, uma escola cervejeira com foco na sommelieria, e do clube de cervejas por assinatura, o CluBeer.
Pela legislação brasileira, ainda não existe uma definição legal para cerveja gourmet ou especial. “O que a torna especial, sob o ponto de vista do especialista ou do consumidor, é a qualidade das matérias primas, a criatividade, a cultura que vem junto dela e até os cuidados no processo produtivo”, diz Kathia.
O espectro de cervejas que podem ser consideradas ‘especiais’ é amplo, começando pela Heineken, que é a única cerveja vendida em massa no Brasil que não leva adjuntos, ou seja, é 100% malte. Além disso, possui amargor mais presente e é mais aromática do que as demais American lagers presentes no mercado.
As Weizenbiers (cervejas de trigo) também estão mais conhecidas hoje em dia no Brasil, com suas notas que lembram banana e cravo, agregadas à tradição e beleza do serviço, em grandes copos. “No outro extremo, temos cervejas bem mais sofisticadas, maturadas em barricas de madeira ou que passam pelo processo champenoise, o mesmo de produção dos champagnes”, diz.
Circular neste universo não é tarefa fácil para o consumidor, porque a variedade é gigantesca. O jeito mais fácil é entender primeiro as famílias de cervejas: lagers, ales e fermentação espontânea. As lagers são as cervejas de baixa fermentação, como as Pilsen, Munich Dunkel, Bock e Schwarzbier.
As ales, de alta fermentação, são as mais complexas: Pale Ale, India Pale Ale, Strong Golden Ale, Porters e Stouts. E a terceira pequena família é a das cervejas de fermentação espontânea, produzidas somente em uma região específica da Bélgica, que são extremamente ácidas por serem fermentadas por todos os microorganismos presentes no ar local.
Kathia lembra que apesar de a cerveja ser descontraída, sua degustação também merece atenção. Ela recomenda servir cada tipo em seu copo ideal específico (que varia bastante com estilos) ou senão, em taças de vinho.
“Depois, observe-a com os olhos, nariz e boca, prestando atenção em sua cor, espuma, aroma e sabores. Assim, você poderá desfrutar ao máximo os prazeres que ela tem para te oferecer.”
Fonte: http://economia.ig.com.br/2013-04-12/cerveja-abandona-o-boteco-e-ganha-mesas-mais-exigentes.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário