quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Gestão de Estoques em Cervejarias

Os controles da produção e dos estoques em cervejarias, segundo o Bloco K – Parte II
por Henrique Oliveira



Olá! Devido ao elevado número de acessos que tive no blog relacionado ao artigo que escrevi sobre gestão de estoques em cervejarias e o Bloco K, resolvi adicionar alguns pontos importantes que merecem a atenção do empreendedor. Escreverei em partes para que o tema não fique muito extenso em um só artigo.

Os controles de produção e estoques são parte integrante dos controles internos da cervejaria e já são comumente usados e registrados. O ponto crucial não se trata dos controles em si, mas da formatação que ele deverá ser apresentado ao fisco. Infelizmente a fiscalização ao outorgar uma lei, nem sempre explica de forma clara como devemos proceder. Um amigo da Receita Federal me informou que eles são proibidos em dar cursos. Quando há uma palestra por parte deles, os auditórios ficam lotados, pois ao contrário que muitos deles imaginam, nós queremos fazer o que é certo. Com essa limitação do como se deve fazer, cabe a nós a interpretação da lei. Atualmente, a Receita tem respondido às diversas consultas por parte dos contribuintes, algumas satisfatórias, outras nem tanto. Mesmo assim, nesse primeiro momento eles estão mais abertos à conversa, sem retaliações. É extramente inválido perdemos recursos por meio de multas por questões que poderiam ter sido sanadas em uma dessas consultas. Em caso de dúvidas mais críticas sugiro que as pesquise também no fisco, uma vez que o bloco K foi postergado para o início do exercício de 2017. Ainda há tempo.

O guia prático da escrituração fiscal digital EFD-ICMS/IPI é o primeiro passo que o contribuinte deve seguir. O link é o seguinte: http://www1.receita.fazenda.gov.br/sistemas/sped-fiscal/download/GUIA_PRATICO_EFD_Versao2.0.16.pdf

O guia, apesar de extenso e descrever o que a legislação impõe, não é específico por setores da economia; dessa forma cria-se um GAP entre a legislação e a realidade das operações de uma cervejaria. Em consonância às duvidas, que inclusive surgiram de outros setores, apresento algumas dicas que acredito ser importante refletir. Uma nota importante: esse artigo não se trata de uma consultoria em sí. As soluções de cada empresa deverão ser obtidas por meio de seus contadores, assessores jurídicos, e consultores profissionais devidamente qualificados. Não nos responsabilizamos por atos tomados por meio dessa leitura. Aqui se trata de uma linha de reflexão. Cabe ao empreendedor o seu devido julgamento e tomada de atitude.

Tenha em mente:
O controle da produção e estoques deve ser apresentado em quantidades de medida (metros, quilos, litros, etc.). Não se devem informar valores em Reais (R$).

A tabela 0200 – “Identificação do item (produtos e serviços)” tem que ter a descrição de itens, por código de produto idêntico ao que sai nas notas fiscais. É proibido ter dois produtos com o mesmo código. Por exemplo: Se a empresa produz e comercializa “Cerveja Pilsen filtrada” e “Cerveja Pilsen não filtrada” e emite nota fiscal com as descrições distintas, mas se utiliza de um mesmo código, o ideal é criar um código para cada produto.

A descrição do produto deverá ser detalhada. Devem-se banir palavras genéricas como “diversos” e “outros”. Veja também se a descrição do item é compatível com a sua real utilização no processo. Nesse momento é importante que a empresa disponibilize algum funcionário para rever o cadastro de produtos e materiais, junto com o pessoal de TI, produção, logística e contabilidade.

A tabela 210 – “Consumo específico padronizado” é também conhecido como “lista técnica”. Aqui entra a “receita de bolo”, o que se consome em cada produto que é produzido. É um item controverso, pois muitas empresas reclamam que esse item abre o “segredo industrial” de suas criações. Imagine a Coca-cola descrevendo detalhadamente a lista técnica de seu principal refrigerante ou uma indústria farmacêutica detalhar a sua fórmula principal. É algo a se pensar.

Retirando a controvérsia, é nessa tabela que se descreve o consumo padrão para se fazer uma cerveja. As quantidades de malte, lúpulo, levedo, perdas do processo que inclui “sucata”, a quebra da conversão química (açúcar se transformando em álcool e gás carbônico), evaporação da fervura. Enfim, todo item que agregue ao produto deverá ser informado. As perdas padrão de produção deverão ser informadas em termos percentuais. Não há cerveja que não tenha a sua perda natural no processo. Dessa forma, não há listas técnicas de produtos com 0% de perda no processo. Fique atento à lista técnica de produtos que por ventura são fabricadas por terceiros. Essa também deverá ser informada e atualizada de acordo com a realidade.

Um item importante são as embalagens como tampa metálica, rolha, garrafa, rótulo, caixa, fita adesiva, etiqueta e invólucros. Normalmente são itens tratados à parte, e que devem ser inclusos de acordo com a sua real necessidade no produto.  Pallets de madeira e outros itens usados para movimentação logística não incorporam ou agregam valor aos produtos e dessa forma não aceitos na lista técnica.  

Outra dica: fique atento às mudanças de fórmula, ou seja, a substituição de um insumo por outro como, por exemplo, na falta de cevada para produzir a cerveja, completou-se a produção utilizando maltose. O mesmo vale para reclassificações de produtos. A produção que antes era destinada para uma cerveja pilsen, produziu-se uma export com dry hopping. Ou ainda: uma cerveja que azeda pela ação de levedura lática (selvagem) durante a fermentação, adicionou-se frutas transformando em uma saison.  Como explicar para o fisco que um produto A se transformou em um produto B? Tal fato é um ponto de atenção e de monitoramento.

Em breve continuaremos com mais informações relacionadas aos outros quadrantes do Bloco K. Até lá e um brinde!

Henrique Oliveira é escritor cervejeiro, beersommelier e consultor em cervejarias.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Os melhores de 2015

O que é a enquete?

Todo ano o jornalista Roberto Fonseca (o Bob) solicita uma "ajuda aos universitários" para fornecer um panorama qualitativo do cenário nacional de cerveja. 

Como ele mesmo menciona "Trata-se de uma consulta a mestres-cervejeiros, cervejeiros, produtores caseiros, blogueiros, donos de bares e restaurantes que trabalham com a bebida, sommeliers e degustadores. As perguntas são diversas – 21 (ao todo) nesta edição, sendo que algumas têm subdivisões -, mas a ideia é uma só: dar um panorama do que foi o ano cervejeiro no Brasil".
Com 362 jurados, a previsão é de que a publicação se estenda por um mês, indo até os primeiros dez dias de fevereiro.
Para você que deseja conhecer um pouco mais sobre o mercado cervejeiro e a opinião de diversos amigos e sobre a minha opinião, acesse os links a seguir:
https://osmelhoresde2015.wordpress.com/2016/01/20/henrique-oliveira/ 

Um brinde!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cervejaria Louvada

Cervejaria Louvada, a nova cervejaria de Cuiabá


Como convém a quem é cervejeiro, a ideia surgiu em uma mesa de bar. Foi no “pub” de uma cervejaria de Blumenau (SC), entre taças de chope e petiscos, que os amigos Ygor Quintela e Gregório Ballaroti tiveram o insight de montar uma fábrica de cerveja artesanal em Cuiabá.

Em visita à cidade catarinense, que é um dos pólos cervejeiros do Brasil, os dois amigos, moradores de Cuiabá, deram o início ao sonho de investir em cerveja naquela que é considerada uma das capitais brasileiras onde mais se consome a bebida. Ali, começava a nascer a Cervejaria Louvada, que está há menos de três meses no mercado e já conquistou o paladar cuiabano.

Não foi apenas a paixão pela cerveja que contribuiu para o sucesso instantâneo. O espírito empreendedor e a familiaridade com as finanças foram fundamentais. Desde 2008, Ygor e Gregório são sócios da filial cuiabana de uma corretora da Bolsa de Valores. Ao lado dos também sócios Fernando Zanetti, Rafael Mandu e Paulo Fortunato, eles abraçaram e levaram adiante o projeto.

A ideia começou a sair do papel no segundo semestre de 2014. Um ano e dois meses depois, a fábrica já estava em pleno funcionamento.

E menos de três meses após chegar ao mercado, a Louvada está dando o segundo passo: acaba de elevar de 20 mil para 35 mil sua capacidade mensal de produção e prepara o lançamento de três novos estilos.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

HB em Contagem

Hofbräu em Contagem? Como assim?

Sempre que tenho oportunidade de ir ao Itaú Power Shopping em Contagem não deixo de dar uma passadinha no Sam's Club.

Seus estoques possuem uma variedade muito boa de produtos importados, dentre eles chocolates, biscoitos, queijos, azeites e cervejas.

Nessa semana que estive lá vi três lotes das cervejas Hofbräu de Munique: Oktoberfest, Lager e Dunkel. Trouxeram ainda da Alemanha barrilhetes de 5 litros e um belo kit presente composto por garrafa e o tradicional krug cervejeiro.

Os preços das cervejas, em 500 ml cada estão por volta de R$ 14,00.  Há  também outras cervejas importadas e nacionais bem interessantes. Aqueles que desejarem levar algumas unidades para casa o endereço do Sam's é Avenida David Sarnoff, 5.100. Cheers!








sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Cervejaria Sokol

Um bom lugar para almoçar na capital da Eslovênia
(regado a um bom chope!)

por Henrique Oliveira

No segundo semestre do ano de 2015, tive a oportunidade em viajar com meus pais e minha irmã Ana para a região dos Balkans.
Nunca estive para aqueles lados da Europa, que reúne países da antiga Iugoslávia. Também, há décadas passadas não possuía o olho clinico de Tandera (e até talvez idade) para percorrer pela Europa em busca de cervejarias ou bares que possuíssem uma boa bebida. Tomava das megacervejarias mesmo, em qualquer lugar. 

Numa dessas andanças em família, paramos em Liubliana (Ljubljana), a capital da Eslovênia. A cidade foi construída pelos romanos, possui uma arquitetura fabulosa e é fácil de andar a pé pelo centro antigo. E é nesse centro histórico, mais precisamente próximo à Prefeitura (Magistrat) que paramos para almoçar. Quase todos os restaurantes possuem cardápio postado em frente à sua entrada para que turistas possam conhecer o que há no menu. E foi nessa região que conheci a Cervejaria Sokol-inn. Li o seu cardápio e durante a leitura descobri que o restaurante fabricava a sua própria cerveja!

"- Pai é aqui mesmo! Vamos almoçar".

O Sokol (falcão no idioma deles) é uma taberna bem bacana, muito bem ornamentada, meio que você se sente estar no período medieval. Há refeições com carnes de caça e boa cerveja artesanal (tomei uma red ale, uma weiss e outras que nem me lembro mais). Enfim, experimentei todas as coisas boas que meu estomago pudesse absorver. 

Quase passamos a tarde toda lá. O momento estava especial. Como meu pai é um desbravador daqueles que diz: "-enquanto está na Europa, o importante é passear", ele pediu logo a conta e todos nós fomos embora. 

Aí estão algumas fotos para você conhecer um pouco mais e o endereço também. Vá tomar um chope lá, por que não?

Um brinde! Bom fim de semana!


Cervejaria Sokol-inn
http://www.gostilna-sokol.com/en/
Gostilna Sokol Ljubljana
Torso d.o.o.
Ciril Metodov trg 18
Tel:+386 1 439 68 55
Fax: 01 430 01 17

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

2016

2016 Começou! Feliz entrada de ano!

Desejo a todos amigos cervejeiros ou não, que passam por aqui e deixam sua marca, sua mensagem, refletem sobre as notícias que retransmitimos e os artigos que escrevemos um feliz inicio de ano. Que tenham muita coragem para encarar os desafios, a rotina do dia a dia.

Permaneçam firmes. Inovem, busquem oportunidades. 

O momento pede ação!

Feliz 2016

Industria Brasileira de Bebidas


Pernambuco terá uma nova cervejaria, com investimento de R$ 118,4 milhões

O polo cervejeiro de Pernambuco - integrado por grandes companhias do setor - vai ganhar um concorrente local. A IBBEB Indústria Brasileira de Bebidas vai investir R$ 118,4 milhões na implantação de uma fábrica no município de Igarassu, no Grande Recife. 

Comandado pelo empresário Carlos Pessoa de Queiroz - com expertise no setor sucroalcooleiro -, o empreendimento tem previsão para começar a operar em 2018, com a geração de 225 empregos. O anúncio foi feito ontem, durante a quarta e última reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic), que aprova incentivos fiscais para projetos no Estado.

“A ideia dos investidores é antecipar a comercialização do produto para tornar a marca conhecida antes da instalação da indústria. A empresa está fazendo estudo de localização para identificar as plantas de cerveja no Nordeste que podem ser parceiras na terceirização da produção. Se for fechada a parceria, a proposta é iniciar as vendas no segundo semestre de 2016”, observa o consultor Marcio Borba, responsável pelo projeto.

A proposta da IBBEB é fabricar, cerveja, chope, refrigerante e outro dez tipos de bebidas. A aposta inicial será na cerveja, que teve a marca batizada de Umma. A indústria terá capacidade para produzir 1 milhão de hectolitros de cerveja e chope e 1 milhão de hectolitros de refrigerantes. Quando estiver em plena operação, a planta terá faturamento R$ 463 milhões. Os 225 empregados serão contratados na fase de teste para a implantação, prevista apenas para 2016. A empresa ainda não informa quais são as categorias profissionais, mas as indústrias do setor costumam contratar operadores de máquinas e pessoal de logística e de vendas.

Márcio Borba conta que o projeto vinha sendo estudado desde 2011 e que só saiu do papel quando foi concluída a estrutura de capital. A concorrência é acirrada no setor cervejeiro, com pesados investimentos em marketing e tecnologia. A última cervejaria pernambucana que tentou competir nesse mercado foi a Frevo, que acabou fechando. A IBBEB ainda não informou qual será seu posicionamento de mercado. O produto vai começar sendo vendido em Pernambuco e depois chega aos demais Estados do Nordeste.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, comemorou o resultado do ano, apesar do cenário adverso. “Aprovamos R$ 620 milões em projetos e atraímos outros que ainda vão passar pelo Condic, a exemplo da Unilever e da Mineradora Floresta”, destaca.


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