quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ambev



Cervejaria 'aperta cinto' e aumenta as margens
Por Daniele Madureira/Valor Econômico

O ajuste da frota de caminhões à queda sazonal na demanda por bebidas ajudou a Ambev a fazer uma economia de quase R$ 30 milhões no segundo trimestre. No período, as despesas com vendas, gerais e administrativas (excluindo depreciação e amortização) da companhia no Brasil caíram 2,8% para R$ 1,03 bilhão, em relação ao segundo trimestre de 2010. Entre abril e junho de 2010 versus o mesmo período de 2009, essas despesas haviam crescido 12,3%.

Segundo o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia, Nelson Jamel, a empresa passou a adotar novas medidas no segundo trimestre deste ano para compensar a queda no volume de vendas, que foi de 0,9% no mundo e de 1,6% no Brasil. No país, a retração no volume foi puxada pelo reajuste nos preços, que absorveram o aumento dos impostos federais (PIS/Cofins e IPI) sobre as bebidas. Nas cervejas, o reajuste ficou entre 1,5% e 2,5%. Não estão previstos novos aumentos de preço este ano, segundo Jamel.

Entre as iniciativas, está a redução da frota fixa, de 2,6 mil para 2,3 mil caminhões após o verão, período de diminuição da demanda. "Apertamos um pouco o cinto para enfrentar o último trimestre, quando também houve uma desaceleração da economia como um todo", diz o executivo. Segundo ele, a retração no volume global também se deve à base de comparação elevada, uma vez que no segundo trimestre de 2010 as vendas foram puxadas pela Copa do Mundo.

Diminuir o custo logístico é fundamental para a fabricante de bebidas, que tem a maior parte da suas plantas no Sudeste do país. No Nordeste, região estratégica para a companhia e onde a Ambev enfrenta concorrência maior da vice-líder Schincariol, as apostas se concentram na nova fábrica de Itapissuma (PE), que será inaugurada este ano.

Além do ajuste da frota própria de caminhões, a empresa vem estendendo o uso do leilão eletrônico na negociação com fornecedores. "No começo, usamos essa ferramenta apenas para compra de insumo, mas estamos ampliando para outras negociações, como contratação de frete e produção de propaganda", diz. Medidas administrativas, como a compra de passagens aéreas com maior antecedência para aproveitar descontos, também estão sendo tomadas.

Os cortes não devem se intensificar, diz ele. "Já fizemos os ajustes de despesas necessários para manter a rentabilidade", afirma. "Se o aperto fosse maior, não faríamos investimentos importantes, como o lançamento da Budweiser". A marca da cerveja mais consumida do mundo já está sendo fabricada no Brasil, em Jacareí (SP), e deve chegar ao varejo ao fim desse mês.

A empresa mantém os investimentos anunciados de R$ 2,5 bilhões no Brasil este ano. Já foram aplicados até o momento R$ 1,4 bilhão nas fábricas de Piraí (RJ), Cebrasa (GO), Sete Lagoas (MG), Aquiraz (CE) e Passo Fundo (RS).

Com operações que vão do Canadá à Argentina, a Ambev espera que, no Brasil, o consumo volte a acelerar em 2012, com o aumento de 7,5% no salário mínimo esperado para o início do próximo ano.

Mais informações: http://beta.valor.com.br/impresso/investimentos/cervejaria-aperta-cinto-e-aumenta-margens

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